O Rio Grande do Norte acaba de ganhar sua primeira raça de ovinos oficialmente reconhecida. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registrou a raça potiguar Soinga em portaria já publicada. O reconhecimento resulta de estudos conduzidos pelas zootecnistas Ana Luiza Guerreiro e Karoline Batista de Paiva Lopes. Em geral, o relatório técnico elaborado por elas embasou o pedido de registro junto ao ministério.
A pesquisa recebeu R$ 100 mil em recursos, oriundos de emenda parlamentar do então deputado Betinho Rosado. O Governo do Estado executou o projeto por meio da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape/RN), com apoio do Mapa.
Próximos passos
Agora, a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) será responsável pelo registro genealógico da raça. Ou seja, o trabalho da entidade garantirá a pureza e a qualidade genética dos animais.
O secretário da Sape/RN, Guilherme Saldanha, comemorou a conquista e destacou os atributos da Soinga. Segundo ele, a raça é adaptada ao semiárido, resistente e produtiva. “É um animal com excelente desempenho na produção de carne e qualidades maternas expressivas. O reconhecimento valoriza ainda mais o nosso rebanho”, afirmou Saldanha.
Para o criador da raça e presidente da Associação Brasileira de Criadores Soinga, Edvandro Moura, o registro oficial representa avanço. “A Soinga já se destaca na ovinocultura e ultrapassa as fronteiras do estado. Agora, os ganhos serão ainda maiores”, avaliou.
Raça Soinga
A raça Soinga surgiu a partir do cruzamento das raças Morada Nova, Bergamácia Brasileira e Somalis Brasileira. O criador foi o médico veterinário José Paz de Melo. Atualmente, o rebanho potiguar possui mais de 4 mil animais da raça, conforme o último censo. Os ovinos são de médio porte, férteis, rústicos e apresentam boa conversão de carne.
A carne da Soinga é marmorizada, macia e bastante saborosa. Além disso, permite preparo em diversos tipos de receita, o que amplia seu valor de mercado.
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