A safra de laranja 2025/26 promete recuperação no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro.
Nesta sexta-feira (09), o Fundecitrus divulgou a nova estimativa: 314,60 milhões de caixas de 40,8 kg.
O volume representa alta de 36,2% em relação à safra anterior, afetada por problemas climáticos.
O estado de São Paulo lidera a citricultura brasileira e mundial. Ou seja, responde por 80% da produção nacional e 90% do suco processado no país. Em geral, a cadeia produtiva movimenta mais de US$ 3 bilhões por ano. Também gera cerca de 200 mil empregos, diretos e indiretos. Em 2024, o grupo de sucos representou 9,6% das exportações do agro paulista. O suco de laranja respondeu por 98,1% dos R$ 17,78 bilhões exportados.
Estado amplia combate ao greening
Para fortalecer a produção, o governo de São Paulo lançou a linha de crédito “Combate ao Greening”.
A iniciativa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento destinou mais de R$ 6 milhões a 32 produtores em 2024. Em resumo, o objetivo é apoiar medidas preventivas e de controle da doença que ameaça os pomares.
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) atua na linha de frente contra o greening e o cancro cítrico.
A equipe realiza fiscalizações, orientações técnicas e ações sanitárias em todo o estado. A legislação paulista proíbe o comércio ambulante de mudas cítricas, para proteger os pomares comerciais. Somente neste ano, a CDA realizou 1.743 fiscalizações e retirou mais de 4,5 milhões de mudas irregulares. Além disso, promoveu 37 palestras educativas para o público externo.
A Coordenadoria mantém também um canal de denúncias sobre pomares abandonados ou mal manejados.
Em abril, foram atendidas 57 ocorrências. Essas áreas, sem controle do psilídeo ou erradicação das plantas contaminadas, favorecem a propagação da doença.
Pesquisa integra inovação e políticas públicas
Para impulsionar soluções duradouras, o estado investe em ciência e inovação. Em parceria com o Fundecitrus, a FAPESP e a Esalq/USP, criou o Centro de Pesquisa Aplicada em Inovação e Sustentabilidade da Citricultura (CPA).
Sediado em Piracicaba (SP), o CPA receberá R$ 90 milhões nos próximos cinco anos.
O centro quer formar novos grupos de pesquisa e fortalecer ações já existentes. O foco principal é o combate ao greening, que segue como maior desafio da citricultura. Portanto, a expectativa é que o CPA seja um marco estratégico para o setor, unindo ciência, tecnologia e políticas públicas.
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