O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4) que a safra agrícola deste ano deve ajudar a reduzir os preços dos alimentos. Segundo ele, conversas com produtores indicam boas perspectivas para a colheita. Além disso, a desvalorização do dólar, que caiu de R$ 6,10 para R$ 5,80, pode favorecer o cenário.
“Isso já ajuda”, disse Haddad em coletiva na sede da Fazenda. O ministro destacou que a atuação do Banco Central e do Ministério da Fazenda tem influenciado a acomodação das variáveis macroeconômicas. “Isso certamente vai favorecer o preço dos alimentos”, acrescentou.
A cúpula do governo busca medidas para conter a inflação dos alimentos, atendendo ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Petistas apontam a alta dos preços como um dos principais fatores para a desaprovação do governo. No entanto, a falta de margem no Orçamento e o receio do mercado sobre possíveis intervenções dificultam a adoção de ações imediatas.
Como o câmbio afeta o agronegócio?
A variação do dólar impacta diretamente a produção, exportação e o custo dos alimentos. Veja os principais efeitos:
Produtos como soja, milho, café e açúcar têm preços definidos por bolsas internacionais. Quando o dólar sobe, essas commodities costumam ficar mais baratas para compradores estrangeiros, já que eles precisam gastar mais em moeda local. Se a moeda americana recua, as cotações sobem, tornando os produtos mais caros.
Exportações e importações
Com o dólar mais baixo, os produtos agrícolas brasileiros ganham competitividade no mercado internacional, impulsionando as exportações. Por outro lado, quando o dólar sobe, a demanda externa pode cair devido ao aumento dos custos para os importadores.
Custo de produção
O agronegócio depende de insumos importados, como fertilizantes e máquinas. Se o dólar se valoriza, esses produtos ficam mais caros, pressionando a margem de lucro dos produtores.
Dívida e financiamento
Muitos produtores e empresas têm dívidas atreladas ao dólar. Portanto, a oscilação da moeda pode aumentar ou reduzir o custo desses financiamentos, tornando o planejamento financeiro mais desafiador.
Investimentos estrangeiros
Empresas internacionais avaliam o valor do dólar antes de investir no Brasil. Quando a moeda americana está forte, o país se torna menos atraente para novos aportes.
Além disso, a volatilidade do câmbio dificulta o planejamento a longo prazo. Oscilações bruscas tornam imprevisíveis os custos e as receitas do setor agrícola.
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