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Setor citrícola brasileiro pode enfrentar colapso com nova tarifa

Mercado interno brasileiro não consegue absorver excedente de produção
Henrique RodartePor Henrique Rodarte14/07/2025
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O presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, medida que entrará em vigor em 1º de agosto de 2025. A decisão atinge diretamente o setor citrícola brasileiro, dominado por três grandes empresas: Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Company.

A Cutrale destina 98% da produção de suco de laranja para exportação em mais de 90 países, com forte presença nos mercados americano, europeu e asiático. A Citrosuco, formada pela fusão entre Fischer e Citrovita em 2010, ultrapassou a Cutrale em participação no mercado global. Juntas, essas companhias controlam a maior fatia do mercado mundial de suco de laranja.

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O Brasil exporta cerca de 95% da produção nacional de suco cítrico. Os Estados Unidos representam o maior mercado individual, absorvendo 42% das exportações brasileiras. A Europa consome 52% da produção, com destaque para Alemanha, França e Reino Unido.

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Tarifa pode tornar 70% do preço final apenas impostos, diz associação setorial

Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), alerta para o impacto devastador da nova tarifa. “Se a sobretaxa for adotada, o imposto vai responder por 70% do valor da tonelada: serão US$ 2.500 de US$ 3.500 negociados”, explica.

A matemática é simples: de cada US$ 3.500 por tonelada, apenas US$ 1.000 restaria para remunerar toda a cadeia produtiva. “Isso torna inviável a venda para os EUA”, conclui Netto.

Estudos indicam que o suco de laranja, que atualmente possui tarifa de 5,9%, pode ter a sobretaxa elevada para 15,9% com as novas medidas. O impacto financeiro pode superar R$ 1 bilhão para o setor.

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Mercado interno brasileiro não consegue absorver excedente de produção

A Europa não possui capacidade para absorver todo o volume exportado aos Estados Unidos. Mercados asiáticos como China e Coreia do Sul crescem, mas não são suficientes para comprar o excedente americano. “A Índia tem grande potencial, por conta da classe média gigantesca, mas as negociações levam tempo”, observa Netto.

O Brasil também não consegue reverter a produção para o mercado interno. A indústria cítrica foi estruturada para exportação e demanda capital intensivo. O produto viaja a granel em navios-tanque, com envase realizado no destino final.

“Não dá para reverter a produção ao mercado interno, pois isso demandaria um trabalho de envase, marketing, distribuição”, explica Netto. Ele acrescenta que, como país tropical, “a população está acostumada a consumir sucos naturais” em vez de produtos industrializados.

Impacto econômico e alternativas de mercado

Do total das exportações brasileiras, cerca de 15% têm como destino os Estados Unidos. A nova tarifa pode forçar empresas a buscar mercados alternativos ou reduzir drasticamente a produção.

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O setor citrícola brasileiro emprega milhares de trabalhadores, especialmente na região de Araraquara (SP), onde a Cutrale mantém sua sede. A Citrosuco, por sua vez, opera seis mil funcionários, chegando a dez mil durante a safra.

As empresas mantêm dois terminais portuários no Brasil e seis no exterior – nos Estados Unidos, Bélgica, Austrália e Japão, demonstrando a complexidade logística do setor.

A guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos pode redefinir completamente o mapa de exportações do agronegócio brasileiro. Para o setor citrícola, a sobrevivência depende da capacidade de diversificar mercados e reduzir a dependência americana.

Preços para o consumidor brasileiro

Contrariamente ao que se poderia esperar, a tarifa americana não deve gerar redução significativa nos preços do suco de laranja para o consumidor brasileiro. A estrutura industrial foi planejada para exportação, não para atender o mercado interno.

A eventual queda nos preços internacionais pode beneficiar países importadores europeus e asiáticos, mas dificilmente impactará o Brasil. O consumidor nacional continuará preferindo sucos naturais, enquanto a indústria luta para encontrar novos mercados para seus produtos concentrados.

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Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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