O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) confirmou nesta terça-feira (9) a identificação de um foco de Sigatoka Negra, uma das pragas mais devastadoras para a bananicultura, em uma propriedade rural do município de Jaíba, no Norte de Minas Gerais.
Esta é a primeira ocorrência da doença em áreas produtivas do estado desde 2007, acendendo alerta para medidas emergenciais de controle fitossanitário.
O que é a Sigatoka Negra?
Causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, a Sigatoka Negra provoca a morte precoce das folhas da bananeira, reduzindo a capacidade fotossintética da planta. Isso leva à queda na produtividade, frutos menores e maturação acelerada, impactando diretamente a comercialização.
Apesar dos danos econômicos, a doença não oferece risco à saúde humana – as bananas permanecem seguras para consumo.
Plano de ação do IMA para conter a praga
Em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura (Seapa) e o Ministério da Agricultura (Mapa), o IMA já iniciou um Plano de Contenção rigoroso. O plano inclui:
- Inspeções em raio de 1 km: Vistoria em 100% das áreas produtivas próximas ao foco.
- Monitoramento ampliado: Fiscalização de 50% das propriedades em um raio de 10 km.
- Protocolo obrigatório: Produtores da região devem aderir ao Sistema de Mitigação de Riscos, disponível no site do IMA, para evitar sanções e bloqueios na comercialização.
- Eliminação de bananais abandonados: Áreas negligenciadas serão erradicadas para cortar focos de proliferação.
- Fiscalização de transporte: Controle intensificado no trânsito de cargas e caixarias para impedir a dispersão da praga.
Último registro da doença em MG era de 2007
A última detecção de Sigatoka Negra em Minas Gerais ocorreu há 17 anos, em regiões de grande produção. De acordo com o IMA, o novo foco reforça a necessidade de vigilância constante, mas não representa uma ameaça imediata à bananicultura estadual, graças às ações rápidas de contenção.
Produtores que descumprirem as normas – como a atualização cadastral das Unidades de Produção (UPs) e a aplicação de medidas fitossanitárias – terão a comercialização das frutas bloqueada. “A colaboração de todos é essencial para evitar prejuízos maiores”, alertou o IMA em comunicado.
Além das inspeções, o órgão realizará reuniões com responsáveis técnicos (RTs) para reforçar a emissão do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), documento crítico para o comércio seguro. A expectativa é que, com a adesão massiva ao protocolo, a doença seja controlada nas próximas semanas.
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