Os preços internacionais da soja caíram na última semana. O recuo refletiu o clima favorável nos Estados Unidos e estoques elevados no Brasil e na Argentina. Segundo o Cepea, o mercado também sentiu os efeitos das novas tarifas impostas pelos EUA a vários países, inclusive o Brasil. As medidas passam a valer em 1º de agosto e geram insegurança comercial.
No Brasil, a queda nos preços observada no início da semana perdeu força. Ou seja, a tensão entre os Estados Unidos e importadores de grãos e a valorização do dólar sustentaram os valores internos. Portanto, conforme análise do Cepea, a soja brasileira pode atrair compradores que evitam o produto norte-americano diante do cenário internacional.
Alta colheita e demanda fraca derrubam milho
Os preços do milho continuam em queda no mercado interno, segundo levantamento do Cepea. A forte oferta da segunda safra e a demanda enfraquecida explicam o cenário. Em geral, o Brasil deve colher a maior safra de milho da história. A Conab estima 131,97 milhões de toneladas na temporada 2024/25.
Esse volume representa um crescimento de 14,3% em relação à safra anterior. A revisão positiva inclui aumentos tanto na primeira quanto na segunda safras. Além disso, a demanda externa continua fraca e contribui para a pressão sobre os preços do cereal.
Exportações de feijão disparam no primeiro semestre
As exportações brasileiras de feijão cresceram 89% no primeiro semestre de 2025. Os dados são da Secex. Em resumo, entre janeiro e junho, o Brasil embarcou 137,02 mil toneladas do grão. No mesmo período, as importações caíram 46%, somando apenas 4,9 mil toneladas.
Apesar do desempenho externo, os preços internos seguem em queda. Levantamento do Cepea aponta desvalorização para feijões carioca, preto e comerciais. Segundo os pesquisadores, os feijões de menor qualidade sofrem mais com a retração da demanda e a alta oferta. Já os grãos de maior nota têm quedas limitadas. Muitos produtores optam por armazenar esses lotes, aguardando valorização.
No campo, a colheita avança em regiões importantes. No entanto, a terceira safra preocupa com problemas fitossanitários em algumas lavouras.
Leia mais:
+ Agro em Campo: 95 toneladas de mel estão paradas em porto após tarifas dos EUA
+ Agro em Campo: Forrageiras de inverno garantem alimentação para rebanho gaúcho