O Sudoeste do Paraná entrou nesta quinta-feira (12) no período de vazio sanitário da soja, conforme o calendário escalonado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A medida, que se estende até 10 de setembro, proíbe o cultivo e a manutenção de plantas vivas de soja nos campos da região. O plantio da oleaginosa será liberado a partir de 11 de setembro, com prazo final para a semeadura em 10 de janeiro de 2026.
O vazio sanitário é uma estratégia fitossanitária fundamental para interromper o ciclo do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, considerada a principal doença da soja no Brasil. Sem a presença de plantas vivas no campo, o fungo perde seu hospedeiro, reduzindo drasticamente a incidência e a disseminação da doença na próxima safra. A ferrugem asiática pode comprometer até 90% da produção, além de elevar os custos de controle e impactar a produtividade das lavouras.
Fiscalização e penalidades
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) é responsável pela fiscalização do cumprimento do vazio sanitário em todo o estado. Produtores que descumprirem as regras e mantiverem soja viva durante o período proibido estão sujeitos a penalidades previstas em lei. A Adapar também monitora o calendário de plantio para garantir a efetividade da medida.
Segundo técnicos da Adapar e do Sistema FAEP, a adesão de todos os agricultores é essencial para o sucesso da estratégia. A orientação é eliminar imediatamente qualquer planta de soja que surgir espontaneamente durante o vazio sanitário, incluindo áreas de pousio, beiras de estradas e cultivos de inverno.
Calendário escalonado por regiões
O Paraná adotou o escalonamento do vazio sanitário para respeitar os diferentes microclimas e otimizar o controle da doença. Confira as datas para cada região:
A Portaria nº 1.271, de 30 de abril de 2025, do Mapa definiu os períodos após consultar entidades representativas do setor agrícola.
A Adapar alerta que a fiscalização será intensificada durante o vazio sanitário. E a colaboração dos produtores é decisiva para evitar prejuízos econômicos e garantir a sanidade das lavouras de soja no Paraná.
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