O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, nesta quinta-feira (30), a Portaria nº 769, que declara estado de emergência fitossanitária em razão do risco de surto da praga quarentenária Rhizoctonia theobromae (também conhecida como “vassoura de bruxa”) nos estados do Amapá e Pará. A medida, que terá validade por um ano, busca reforçar as ações de prevenção e evitar a disseminação da praga para outras áreas de cultivo.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou a importância da declaração: “Com o estado de emergência fitossanitária em vigor, será possível adotar todas as ações necessárias para erradicar a praga com mais agilidade, tanto em nível federal quanto estadual.” A praga foi detectada pela Embrapa Amapá nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque em 2024.
Os sintomas da “vassoura de bruxa” incluem ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos nos caules. Com a progressão da doença, é comum observar clorose, murcha e seca das folhas, além da morte apical e descendente das plantas. A dispersão do patógeno pode ocorrer através de material vegetal infectado, ferramentas de poda e movimentação de solo e água. A movimentação de plantas e produtos agrícolas entre regiões também pode facilitar a propagação da doença.
Ações de defesa fitossanitária
Na quarta-feira (29), o ministro Carlos Fávaro se reuniu com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, representantes da Embrapa e equipes técnicas dos dois ministérios para discutir medidas de defesa fitossanitária. “Temos o melhor sistema de defesa agropecuária do mundo e trataremos essa situação com seriedade e agilidade”, afirmou Fávaro.
Desde a confirmação da presença da praga no Brasil, equipes compostas por profissionais do Mapa, Embrapa, Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do estado do Amapá (Diagro) e o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) estão atuando no estado para realizar uma varredura completa na área em risco e aplicar medidas de contenção nos focos identificados.
A publicação da portaria resultará na criação de um Comando Nacional Emergencial. Ele será formado por várias instituições públicas federais, estaduais e municipais, além da participação da iniciativa privada. O objetivo é coordenar as ações necessárias para enfrentar esta praga que ameaça as plantações de mandioca.
A declaração de emergência fitossanitária pelo Mapa é uma resposta proativa ao risco representado pela praga Rhizoctonia theobromae. As medidas implementadas visam proteger a produção agrícola e garantir a segurança alimentar nas regiões afetadas. O monitoramento contínuo e a colaboração entre diferentes entidades serão fundamentais para mitigar os impactos dessa praga nas lavouras brasileiras.
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