Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) foi devolvida ao oceano pela equipe do IEPA do Amapá. A tartatuga havia ficado presa acidentalmente em uma rede de pesca na Praia do Goiabal, no município de Calçoene, nordeste do Amapá.
Pescadores resgataram o animal e o mantiveram em uma bacia com água até a chegada da equipe responsável. A tartaruga-verde media 43 cm de comprimento e 32 cm de largura de casco. A equipe responsável devolveu o animal ao oceano durante a baixa da maré, por volta das 5h da manhã.
A ação faz parte do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC), que monitora encalhes de animais na costa do Amapá e em outros estados da Margem Equatorial brasileira.
O cientista ambiental Roginey Silva explicou que a soltura ocorreu nesse horário para evitar um novo emalhe. “Neste momento, a maré está bastante seca e distante das redes de pesca. Isso diminui a possibilidade de a tartaruga voltar a encalhar na praia ou se emalhar acidentalmente”, detalhou Silva.
Entenda o projeto
O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos também analisa encalhes de baleias, botos e golfinhos. E, além disso, em 2024, teve início uma pesquisa sísmica entre as bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. Essa pesquisa, portanto, utiliza ondas sonoras para detectar possíveis reservas de petróleo na região.
O projeto busca entender se existe relação entre essa atividade e os encalhes, pois cetáceos possuem um sistema auditivo complexo, essencial para comunicação e orientação. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) exige a execução do projeto como parte do processo de licenciamento ambiental federal.
Conheça os hábitos
As tartarugas-verdes (Chelonia mydas) destacam-se como uma das espécies mais emblemáticas dos oceanos tropicais e subtropicais. Presentes no Atlântico e no Pacífico, esses répteis marinhos atingem até 1,5 metro de comprimento e 190 quilos.
Sua carapaça em forma de lágrima varia entre tons verde-oliva e cinza-escuro, enquanto o plastrão mantém coloração amarelada.
Alimentando-se predominantemente de algas e ervas marinhas na fase adulta, as tartarugas-verdes desempenham papel crucial na manutenção dos ecossistemas costeiros.
Entretanto, sua vida começa sob risco: após desovar em praias continentais ou insulares, as fêmeas deixam ninhos com até 200 ovos, dos quais apenas uma fração dos filhotes sobrevive até a maturidade sexual, alcançada entre 20 e 50 anos.
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