A Fazenda MelkStad, localizada em Carambeí (PR), está colhendo resultados expressivos com a adoção da ordenha robotizada. Com 2.200 vacas em lactação, a propriedade produz atualmente 95 mil litros de leite por dia, sendo 84 mil litros pelo sistema rotativo (média de 42 litros por vaca) e 11 mil litros pelos robôs Lely, que apresentam média de 55 litros por vaca — um aumento de 13 litros em relação ao sistema tradicional.

Segundo Júlio Meirelles, gerente administrativo e financeiro da MelkStad, “o sistema rotativo estava próximo do limite, e os robôs nos permitiram crescer de forma escalonada, com melhor rentabilidade”. Ele ressalta que o modelo robotizado combina alta produtividade com sustentabilidade econômica, e que a fazenda planeja expandir essa tecnologia em toda sua operação futura.
Motivos do sucesso
Meirelles explica que o sucesso está no equilíbrio entre frequência de ordenha, lotação por robô e desempenho individual das vacas. “Não se trata apenas de ordenhar mais vezes, mas de otimizar todo o sistema para extrair o máximo de leite com o mínimo de estresse”. Ele destaca que vacas adaptadas ao robô, especialmente na terceira ou quarta lactação, apresentam melhor conformação de tetos e maior eficiência na ordenha.
A automação também transformou a gestão da equipe. “Precisamos de técnicos ágeis para manutenção, mas as tarefas diárias são mais tranquilas e precisas, determinadas dentro de processos pré-definidos, que são geridos pelo programa de gestão dos robôs Lely, Horizon”, comenta Meirelles. O resultado é uma equipe mais estável e motivada, com menor rotatividade.
No aspecto do bem-estar animal, a tecnologia reduz pela metade o tempo que as vacas ficam longe do confinamento, diminuindo o estresse. “As vacas dos robôs são ainda mais dóceis do que o restante do rebanho”, afirma Diogo Vriesman, sócio-diretor da fazenda. Ele acrescenta: “Elas produzem mais leite porque ficam em paz. Ninguém está conduzindo, tocando ou pressionando o animal o tempo todo, como ocorre na ordenha convencional”.
Com 1.400 hectares dedicados à produção de alimentos como alfafa, milho e soja, e uma equipe de 150 colaboradores, a MelkStad tem uma base sólida para continuar crescendo. “Aprendemos muito nos últimos quatro anos. E hoje temos um modelo comprovadamente escalável e rentável”, conclui Meirelles, reforçando que automação e inteligência de manejo caminham juntas no futuro da pecuária leiteira.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Cafezais das Matas de Rondônia sequestram 2,3 vezes mais carbono do que emitem
+ Agro em Campo: Plantio de butiás vira alternativa de renda para agricultores