A nelore Viatina-19 FIV Mara Móveis, avaliada em vinte e um milhões de reais, e considerada a segunda vaca mais cara do mundo, acaba de ganhar uma réplica geneticamente idêntica. O clone, nascido tres meses atras em Uberada, Minas Gerais, é fruto de dois anos de tentativas. Essa clonagem representa um marco par a pecuária de elite no país.
A operação foi realizada pela empresa Geneal, que devem a patente de clonagem bovina no Brasl. O procedimento custou cerda de 100 mil e abre caminho para multiplicar o potencial financeiro e genético de animais de alto valor
Por que clonar uma vaca milionária?
A resposta está na genética impecável de Viatina, descendente de pais campeões e dona de características como costela aberta, ossatura forte e aprumos perfeitos. Seus embriões são vendidos por valores milionários.
Com a clonagem, os criadores esperam dobrar a produção de descendentes, ampliando a comercialização de material genético e garantindo um “seguro” contra perdas acidentais
A técnica utilizada é a transferência nuclear de células somáticas, mesma usada na ovelha Dolly em 1996. Pesquisadores inseriram células da pele de Viatina em óvulos sem DNA e os estimularam com choques elétricos para simular a fecundação. O embrião resultante foi implantado em uma “barriga de aluguel”, mas o parto precisou ser realizado por cesariana, pois clones não rompem a bolsa amniótica naturalmente. O motivo da bolsa não romper a ciência ainda não decifrou completamente.
Desafios e riscos da clonagem
A taxa de sucesso é de apenas 4%, e os primeiros meses de vida do clone são críticos: muitos bezerros morrem por fragilidade. Por isso, a bezerra réplica de Viatina permanece sob monitoramento 24h em uma clínica especializada, com entrega prevista após quatro meses de vida. “É um processo complexo, mas essencial para perpetuar genéticas excepcionais”, explica Lorrany Martins, veterinária da Fazenda Napemo, uma das proprietárias de Viatina.
A clonagem bovina já produziu mais de 700 animais no Brasil desde 2001, impulsionando raças como nelore, gir e guzerá. A prática foi regulamentada em 2024 pela Lei 15.021, que exige registro público de clones e controle sanitário.