Um vídeo gravado na última semana nas proximidades do Ramal do Cuamba, rodovia que liga os municípios de Alenquer e Monte Alegre, no oeste do Pará, chamou atenção nas redes sociais ao mostrar uma sucuri de aproximadamente 4 metros cruzando a estrada. As imagens, capturadas por um motorista que passava pelo local, evidenciam a riqueza da biodiversidade amazônica. E reacendem debates sobre a preservação de espécies em áreas de expansão humana.
O vídeo, que rapidamente acumulou milhares de visualizações, mostra o momento em que a cobra, da espécie Eunectes murinus (sucuri-verde), desliza calmamente pelo asfalto antes de desaparecer na mata fechada.
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Biólogos explicam que a aparição de sucuris em estradas não é incomum durante períodos de chuva ou em rotas próximas a rios e áreas alagadas, habitats preferenciais da espécie. Apesar do susto inicial, especialistas reforçam que esses animais não são agressivos e só atacam em situações de ameaça.
Preservação e desafios ambientais
A região do oeste do Pará é conhecida por sua vasta extensão de floresta tropical. Mas tem enfrentado pressões crescentes devido a atividades como agricultura, pecuária e infraestrutura viária.
Dados do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) indicam que, embora a sucuri não esteja ameaçada de extinção, seu habitat vem sendo fragmentado, aumentando os riscos de conflitos com humanos.
Orientações para viajantes
Autoridades ambientais recomendam que, ao avistarem animais silvestres em estradas, os motoristas mantenham distância segura. Também evitem buzinas ou flashes de câmera e aguardem até que o animal deixe o local. Em casos de risco iminente, é necessário acionar o IBAMA ou a polícia ambiental.
Porém, além de viralizar como “curiosidade da natureza”, o registro tem sido compartilhado por grupos ambientalistas como símbolo da necessidade de políticas públicas mais efetivas para proteção de corredores ecológicos na Amazônia. A hashtag #CobraGiganteDoPará já ultrapassou 15 mil menções no Twitter, com usuários destacando a beleza e o respeito devido à fauna local.
A sucuri de 4 metros do Ramal do Cuamba não só impressionou nas redes sociais. Mas também trouxe à tona discussões sobre a harmonização entre desenvolvimento e conservação. Enquanto a Amazônia segue sob os holofotes globais, encontros como esse reforçam que a coexistência é possível – desde que guiada por responsabilidade e ciência.
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