Os vinhos de inverno do sul de Minas Gerais foram oficialmente reconhecidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) como uma Indicação de Procedência (IP). Esse reconhecimento valoriza a tradição e a reputação da região na produção de vinhos elaborados exclusivamente com uvas do tipo Vitis vinifera L., cultivadas sob um método especial de dupla poda.
Com essa nova Indicação Geográfica, o Brasil agora conta com 129 registros chancelados pelo INPI, sendo este o 13º relacionado à produção de vinhos. Os vinhos de inverno vêm de uvas colhidas entre 1º de junho e 21 de setembro, em condições climáticas que favorecem o cultivo em ciclo invertido.
Impacto socioeconômico para pequenos produtores
A área geográfica da IG Sul de Minas abrange os municípios de São João da Mata, Cordislândia, São Gonçalo do Sapucaí, Três Corações, Três Pontas, Campos Gerais, Boa Esperança, Bom Sucesso, Ibituruna e Ijaci.
Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, destaca que o reconhecimento como Indicação Geográfica impulsiona o desenvolvimento socioeconômico da região. “Os pequenos produtores se tornam mais competitivos no mercado e a região ganha proteção legal contra falsificações e uso indevido dos nomes reconhecidos”, afirma Giesbrecht.
Comparação com outras indicações geográficas
Atualmente, apenas dois vinhos brasileiros possuem Indicação Geográfica na modalidade Denominação de Origem: Vale dos Vinhedos (RS) e Altos de Pinto Bandeira (RS). Nesses casos, o terroir influencia diretamente as características do vinho. Os demais vinhos recebem a qualificação de Indicação de Procedência. Confira a lista das Indicações Geográficas para vinhos no Brasil:
- Pinto Bandeira (RS)
- Vale do São Francisco (PE/BA)
- Vale dos Vinhedos (RS)
- Altos Montes (RS)
- Monte Belo (RS)
- Farroupilha (RS)
- Campanha Gaúcha (RS)
- Vales da Uva Goethe (SC)
- Vinhos de Altitude de Santa Catarina (SC)
- Vinhos de Bituruna (PR)
- Sul de Minas (MG)
Portanto, o reconhecimento dos vinhos de inverno do sul de Minas Gerais como uma Indicação Geográfica não apenas valoriza a produção local, mas também abre novas oportunidades para os pequenos produtores da região. Além disso, com a proteção legal e o aumento da competitividade no mercado, espera-se que essa iniciativa traga benefícios significativos para a economia local e para a qualidade dos vinhos brasileiros.
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