O preço do café arábica, a variedade mais consumida no Brasil, continua a subir, atingindo novos recordes reais na série histórica do Cepea, iniciada em 1997. Em fevereiro de 2025, o Indicador Cepea/Esalq para o arábica tipo 6 alcançou um valor médio de R$ 2.627,79 por saca de 60 kg. Isso representa um aumento de 12,64% em relação ao mês anterior. No dia 12 de fevereiro, o preço chegou a R$ 2.769,45 por saca, um recorde real que foi renovado várias vezes durante o mês.
Os baixos estoques de café no Brasil e no mundo são os principais fatores que impulsionam essas altas. Além disso, a expectativa de uma safra modesta em 2025/26 reforça o suporte às cotações. Os cafeicultores brasileiros, que são os maiores produtores mundiais, venderam quase toda a safra de 2024, aproveitando os preços globais que quase dobraram nos últimos 14 meses.
Os consumidores sentem o impacto dessas altas nos preços finais. A Starbucks, por exemplo, aumentou o preço de uma xícara de café em cerca de 16% no ano passado. Assinantes de cápsulas de café Nespresso também enfrentam aumentos, com preços subindo para até US$ 1,45 por cápsula.
Exportações e produção
As exportações brasileiras de café cresceram significativamente em 2024, com um aumento de 30% em relação ao ano anterior. Em 2025, as exportações continuam a subir, impulsionadas pela demanda externa. No entanto, o Vietnã, outro grande produtor, viu suas exportações caírem devido a condições climáticas adversas.
Os estoques de café estão historicamente baixos, com produtores brasileiros tendo vendido cerca de 90% da safra de 2024. A Cooxupe, a maior cooperativa de café do mundo, relata que quase todo o café armazenado já está comprometido com clientes finais. A safra está esperando apenas ser enviado. Com a nova safra prevista para começar em maio ou junho, os produtores estão cautelosos, especialmente devido ao forte calor e tempo seco que afetam as lavouras.
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