A cada ano, toneladas de redes de pesca descartadas poluem os oceanos, ameaçando a vida marinha. No Brasil, o projeto Marulho reverte essa situação ao transformar redes de pesca em produtos ecológicos e gerar renda para comunidades costeiras. Atuando na Ilha Grande (RJ), o projeto já reciclou mais de oito toneladas de redes de pesca e comercializou mais de 50 mil produtos sustentáveis, sem o uso de plásticos virgens.

O processo de reciclagem começa com a coleta das redes descartadas, feita por meio de doações de pescadores, parcerias com órgãos públicos e empresas, e limpezas subaquáticas. Após a coleta, as equipes limpam e trituram as redes, transformando o material em matéria-prima para acessórios, itens de moda e objetos de design.
“O impacto ambiental das redes de pesca fantasmas é devastador. Mas ao invés de tratá-las como lixo, as transformamos em oportunidade”, afirma Samara Oliveira, oceanógrafa e sócia da Marulho.
Geração de renda e capacitação
Artesãos e moradores das comunidades de Matariz e Provetá, na Ilha Grande, confeccionam os produtos, beneficiando diretamente cerca de 20 pessoas. O projeto também capacita novos profissionais, fortalecendo a economia local. Os produtos são 100% reciclados, sem plástico novo, e incluem bolsas, mochilas, carteiras e acessórios.
A ONU reconheceu a iniciativa da Marulho como parte da Década do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável. O projeto busca expandir sua atuação para outras comunidades litorâneas do país.
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