A multinacional francesa Louis Dreyfus Company (LDC) deu início, nesta terça-feira (11/03), à construção da maior usina de biogás do mundo utilizando resíduos da citricultura. Localizada em Bebedouro, no interior de São Paulo, a planta será pioneira no Brasil e terá capacidade para transformar resíduos do processamento de laranjas e limões em energia limpa, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a inovação.
A nova planta utilizará resíduos gerados durante o processamento de frutas cítricas, como os provenientes da limpeza das laranjas, para produzir biogás. Com capacidade inicial para tratar 390 metros cúbicos por hora de efluentes cítricos, a usina poderá gerar até 7 milhões de metros cúbicos normais de gás por ano (Nm³/h) nos próximos dois ou três anos. A expectativa da LDC é reduzir em 50% o uso de combustíveis fósseis e abastecer 100% das necessidades energéticas da unidade industrial de Bebedouro.
Segundo Paulo Hladchuk, chefe global da plataforma de sucos da LDC, “este projeto contribui para o compromisso global da LDC em reduzir as emissões de CO₂ por meio da descarbonização da cadeia produtiva, ao mesmo tempo em que reforça nosso compromisso com o setor cítrico brasileiro”. Além disso, 100% da água tratada será devolvida aos recursos hídricos locais.
Impacto econômico e ambiental
O setor cítrico é um dos pilares do agronegócio paulista. Na safra 2023/2024, gerou mais de 45 mil empregos no estado e representou 15,5% das exportações agrícolas paulistas, com US$ 334,41 milhões em receita. Aliás, 99% desse valor provenientes do suco de laranja. A cada dez copos de suco consumidos no mundo, sete são produzidos no Brasil.
A iniciativa também está alinhada com os esforços do Governo do Estado de São Paulo para promover energias renováveis. Em 2024, os órgãos responsáveis estabeleceram procedimentos para produzir biogás e biometano em propriedades rurais, incluindo atividades como citricultura, avicultura e suinocultura.
Inovação tecnológica
A LDC desenvolveu uma biotecnologia inovadora que utiliza um inóculo especial para decompor a carga orgânica dos resíduos cítricos e gerar biogás. Este processo não apenas substitui combustíveis fósseis como também reduz as emissões de carbono da planta industrial em mais de 20%. A construção da usina ocupará uma área de aproximadamente 195 mil m² e deve ser concluída até meados de 2026.
“É a primeira planta do Brasil a produzir combustíveis renováveis por meio dos processos da laranja. Trata-se de um investimento de milhões de dólares. Portanto, isso mostra que São Paulo oferece segurança jurídica, pesquisa, combate ao greening, seguro rural e disponibilidade de crédito”, destacou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai.
Portanto, com este projeto ambicioso, a Louis Dreyfus Company reforça sua posição como líder global no setor cítrico. Além de pioneira na integração entre agronegócio e energia renovável.
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