O Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo e também um dos principais consumidores da bebida. Os grãos de café mais produzidos no país são o arábica e o conilon (ou robusta). Cada variedade oferece características únicas que influenciam o sabor e a qualidade da bebida.
Existem quatro principais espécies de café: Arábica (Coffea arabica), Robusta (ou Conilon, Coffea canephora), Liberica (Coffea liberica) e Excelsa (Coffea excelsa ou Coffea liberica var. dewevrei). Cada uma tem suas particularidades e usos no mercado.
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Café Arábica (Coffea arabica)
O café arábica é responsável por mais de 60% da produção mundial e é considerado de maior qualidade. É cultivado em altitudes elevadas, acima de 1.000 metros, onde a chuva e a sombra são abundantes. As variedades mais comuns incluem Bourbon, Mundo Novo, Catuaí e Acaiá. O arábica tem 50% menos cafeína que o robusta e é ideal para cafés gourmet e blends variados.
Características marcantes:
- Acidez equilibrada e notas frutadas ou achocolatadas.
- Baixo teor de cafeína (1,5%), ideal para quem prefere suavidade.
- Variedades premium: Bourbon, Catuaí e Blue Mountain.
Apesar da exigência de cuidados (como proteção contra pragas), o Arábica é a escolha perfeita para cafés especiais e blends sofisticados.
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Café Robusta (Coffea canephora) ou Conilon
O conilon é mais resistente a pragas e doenças, sendo cultivado em regiões quentes e úmidas, como o Espírito Santo e partes da Bahia. Possui um sabor mais intenso e amargo, com maior concentração de cafeína. É amplamente utilizado em blends e na produção de café solúvel.
Características marcantes:
- Sabor intenso e amargo, com notas de chocolate.
- Alta cafeína (at 4,5%), ótimo para expressos e café solúvel.
- Cultivo econômico: predominante no Espírito Santo e Vietnã.
Perfeito para misturas e drinks com leite, seu corpo encorpado conquista quem busca energia extra.
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Café Liberica (Coffea liberica)
A Liberica é menos comum e tem grãos maiores e irregulares. Seu aroma é único, com notas florais e frutadas, e um sabor defumado. Foi importante historicamente, mas atualmente é raro devido à predominância do arábica.
Características marcantes:
- Aroma floral com nuances defumadas.
- Corpo encorpado e finalização prolongada.
- Cultivo restrito: apenas 2% do mercado global.
Uma opção para apreciadores de experiências distintas, ainda pouco encontrada no Brasil.
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Café Excelsa (Coffea excelsa ou Coffea liberica var. dewevrei)
A Excelsa é frequentemente usada em misturas para adicionar complexidade ao sabor. Tem um corpo azedo e frutado, semelhante a uma torra leve. Reclassificada como variação da Liberica, a Excelsa é rara (7% da produção) e cultivada no Sudeste Asiático.
Características marcantes:
- Sabor azedo e frutado, com toques torrados.
- Uso em blends para adicionar profundidade.
- Altura da planta: até 9 metros, desafio na colheita.
Qual café escolher?
- Prefere suavidade? Opte por Arábica de alta altitude (Minas Gerais).
- Busca energia? Robusta puro ou em blends para café gelado.
- Aventura? Experimente grãos Liberica em cafeterias especializadas.
Experiência e valorização
O Brasil é favorável ao cultivo de diversas variedades de café devido à sua geografia variada. Minas Gerais é o maior produtor de café arábica, enquanto o Espírito Santo lidera na produção de conilon.
Entender os diferentes tipos de grãos de café permite ao consumidor fazer escolhas mais conscientes e alinhadas ao seu gosto pessoal. Cada espécie e variedade oferece uma experiência sensorial única, com variações de acidez, aroma, corpo e doçura que impactam diretamente na qualidade da bebida.
Seja você um amante do café tradicional ou um apreciador de cafés especiais, conhecer os tipos de grãos disponíveis no mercado pode transformar a sua experiência de consumo. O café arábica oferece suavidade e complexidade, enquanto o conilon traz intensidade e corpo. Já espécies como liberica e excelsa despertam a curiosidade de quem busca sabores exóticos e diferenciados.
Ao escolher o grão ideal, você valoriza não apenas o sabor da bebida, mas também o trabalho de milhares de produtores que cultivam com excelência um dos produtos mais importantes da agricultura brasileira.
Além disso, a diversidade genética do café contribui para a inovação no setor cafeeiro, impulsionando o desenvolvimento de cultivares mais resistentes e de maior valor agregado no mercado.
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