A agricultura regenerativa está ganhando destaque global como solução estratégica para combater a degradação do solo, impulsionar a sustentabilidade e mitigar as mudanças climáticas. No Brasil, o setor agrícola vem adotando práticas inovadoras, como rotação de culturas, plantio direto e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), com crescimento de 35% nos últimos cinco anos, segundo a Embrapa. Essas técnicas não só recuperam ecossistemas, mas também elevam a retenção de carbono no solo em até 50%, comparadas a métodos tradicionais.
Dados da Embrapa revelam que o país está entre os líderes na adoção de modelos agrícolas sustentáveis. Estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul concentram propriedades de cana-de-açúcar, soja, milho e café que já utilizam sistemas regenerativos. A técnica ILPF, por exemplo, integra produção agrícola, pecuária e floresta em uma mesma área, otimizando recursos e reduzindo impactos ambientais.
Cenário global: EUA, Europa e Austrália investem em inovação
Internacionalmente, países como Estados Unidos, Austrália, França e Itália ampliam investimentos em tecnologias para regeneração do solo e biodiversidade, conforme relatório da Regeneration International (2021). A meta é alinhar produtividade com redução de emissões de carbono, atraindo até mesmo grandes corporações do setor alimentício.
No contexto nacional, a Mantiqueira Brasil, por meio de sua divisão Solobom, emerge como protagonista na oferta de adubo orgânico certificado, essencial para práticas regenerativas. A empresa abastece grandes produtores rurais, promovendo a economia circular ao transformar resíduos em fertilizantes de alta eficiência.
Conversamos com Leandro Testa, diretor de negócios da Solobom, que explica como essas práticas podem ser aplicadas tanto em grandes propriedades quanto em hortas e jardins caseiros.
A Mantiqueira Brasil tem investido fortemente na agricultura regenerativa. O que motivou essa estratégia?
Leandro Testa: “O mundo está cada vez mais atento à sustentabilidade na produção agrícola (sem abrir mão de produtividade), e identificamos a necessidade de inovar e intensificar nossos investimentos para oferecer soluções que permitam aos agricultores produzirem de forma sustentável. Com a Solobom, comercializamos mais de 100 mil toneladas de adubo orgânico por ano, contribuindo para a revitalização do solo e fortalecendo a economia circular no campo.”
O Brasil tem acompanhado essa tendência global?
Leandro Testa: “Sim, o país vem se destacando na adoção de práticas regenerativas. Esse movimento reflete uma maior conscientização sobre a importância de conservar os recursos naturais e reduzir os impactos ambientais, acompanhando tendências globais de sustentabilidade.”

Como os adubos orgânicos da Solobom contribuem para essa transformação?
Leandro Testa: “Nossos fertilizantes, certificados pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD), atuam na recuperação do solo ao aumentar a matéria orgânica e melhorar sua estrutura. Essa abordagem fortalece a produtividade das lavouras e favorece o uso racional dos químicos, contribuindo para um modelo agrícola mais sustentável.”
Como você enxerga o futuro da agricultura regenerativa no Brasil e quais são as expectativas da Mantiqueira Brasil para os próximos anos?
Leandro Testa: “Vejo um futuro promissor para a agricultura regenerativa, onde os adubos orgânicos desempenham um papel essencial no cuidado com a terra, para uma produção mais resiliente aos desafios climáticos, sem abrir mão da produtividade. A tendência global e o avanço de países que investem nessas práticas reforçam o potencial de transformação do Brasil. Por isto, nossa meta é expandir nossa atuação, estabelecendo parcerias com produtores comprometidos com a agricultura de longo prazo.”
Por que a agricultura regenerativa é vital para o futuro?
- Além de recuperar solos degradados, a prática:
- Aumenta a capacidade de armazenar água e nutrientes;
- Reduz a dependência de agroquímicos;
- Fortalece a segurança alimentar a longo prazo.
Com projeções de que o mercado global de agricultura regenerativa ultrapasse US$ 1,5 bilhão até 2030, o modelo consolida-se não apenas como tendência, mas como necessidade urgente para o equilíbrio entre produção e preservação.
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