Entre os dias 18 e 19 de março, o governo de Rondônia realizou o 1º Mutirão de Assistência Técnica e Extensão Rural Indígena (Ater Indígena) na Aldeia Indígena Terra Rio Branco, localizada em Alta Floresta d’Oeste. A ação, direcionada às comunidades São Luís e Serrinha, teve como objetivo fortalecer a agricultura familiar indígena por meio de capacitação técnica, emissão de documentos-chave e troca de conhecimentos entre produtores e especialistas.
O mutirão foi executado pela Emater-RO, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), integrando políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural produtivo. De acordo com Luciano Brandão, diretor-presidente da Emater-RO, a iniciativa reconhece as particularidades de cada etnia: “Cada comunidade tem características únicas. Nosso papel é unir conhecimento tradicional às técnicas modernas para impulsionar a produção sustentável”.
O governador Marcos Rocha destacou o potencial das populações indígenas para a agricultura familiar. “Essas ações demonstram como políticas públicas eficazes podem transformar realidades, garantindo renda e preservando a cultura local”.
Capacitação e documentação: portas para novas oportunidades
Na comunidade São Luís, o foco foi a emissão de 43 Certificados de Aptidão Familiar (CAF), essenciais para acesso a programas governamentais como o PAA-Indígena (Programa de Aquisição de Alimentos). Agricultores também participaram de uma oficina de torra de café do programa Degusta Rondônia 80+. Que visa elevar a qualidade do café robusta, produto que coloca o estado entre os maiores produtores do país.
Já na Comunidade Serrinha, as atividades incluíram o cadastramento de famílias no PAA-Indígena. E assim, garantindo acesso a mercados institucionais, e uma oficina sobre preparo de café de qualidade, técnica que agrega valor à produção.
Troca de conhecimentos
Um dos destaques foi a participação da família Aruá, referência em cafés especiais na Terra Indígena Rio Branco. A história deles ilustra como a união entre saberes ancestrais e técnicas modernas pode gerar reconhecimento nacional. “Aprendemos com eles tanto quanto ensinamos”, reforçou Brandão.
A equipe técnica, formada por cinco agrônomos e um biólogo, promoveu ainda orientações sobre boas práticas agrícolas, diversificação de lavouras e manejo sustentável, visando aumentar a produtividade sem descuidar do meio ambiente.
Além dos 43 CAFs entregues, 20 documentos estão em fase final de processamento. As oficinas capacitadoras já impactaram dezenas de famílias, com expectativa de expansão do projeto para outras comunidades indígenas.
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