Brasília sedia nesta semana a 2ª reunião presencial do Grupo de Trabalho de Agricultura do BRICS. O evento segue até o dia 17 de abril e reúne representantes dos países do bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Indonésia, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
O encontro é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). A programação culmina com a reunião ministerial na quinta-feira (17), que contará com ministros e vice-ministros da Agricultura dos países-membros.
Temas estratégicos
Ao longo das discussões, os participantes buscam finalizar documentos estratégicos voltados à segurança alimentar, certificação eletrônica e sustentabilidade no campo. Entre os principais desafios em debate estão a fome, a degradação do solo e o uso racional de recursos naturais.
Durante a abertura, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, destacou o espírito de cooperação entre os países. Segundo ele, os avanços nas reuniões preparatórias aproximaram os membros de um acordo sólido. “Estamos muito próximos de concluir a Declaração Ministerial. Um texto forte, baseado em prioridades comuns, que mostra como os países do BRICS podem liderar ações concretas contra a insegurança alimentar”, afirmou.
A minuta da declaração prevê o lançamento da Parceria do BRICS para a Restauração de Terras. A proposta será oficializada na reunião ministerial e apresentada na próxima Cúpula de Líderes do bloco, marcada para julho.
Principais ações

A iniciativa pretende recuperar áreas degradadas, conservar solos e otimizar o uso da água. As ações devem se basear em ciência e financiamento inovador, com foco no Sul Global. Além disso, a parceria quer envolver governos, comunidades locais e o setor privado em soluções de longo prazo.
Ao mesmo tempo, outro ponto central é a conclusão do Plano de Ação 2025–2028. O documento guiará a cooperação agrícola do bloco nos próximos quatro anos. Entre os eixos prioritários estão: segurança alimentar, produção sustentável, inovação tecnológica, financiamento agrícola e comércio internacional.
As discussões também abordam como essas ações podem beneficiar diretamente quem vive no campo. Delegados tratam de estratégias para apoiar pequenos agricultores, mulheres rurais, pescadores artesanais e jovens do meio rural.
Os países analisam detalhes técnicos, métodos de implementação e mecanismos de monitoramento das propostas. A expectativa é que a reunião ministerial consolide os compromissos e fortaleça a atuação coordenada do bloco.
Neste ano, o Brasil ocupa a presidência rotativa do BRICS. Em geral, o país aposta no fortalecimento da agricultura como caminho para o desenvolvimento sustentável. Portanto, a proposta brasileira une crescimento econômico, inclusão social e conservação ambiental.
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