O preço internacional do cacau apresentou alta de 6,89% em abril, segundo relatório mensal de commodities da GEP Costdrivers. O movimento já era esperado devido à sazonalidade da Páscoa, que historicamente impulsiona a demanda por chocolates e seus derivados. Apesar da recuperação no mês, a commodity ainda acumula queda de 17,53% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os preços estavam em nível recorde.
No mercado interno, o efeito sazonal também influenciou o desempenho: os preços domésticos subiram 47,39% em abril, com avanço acumulado de 31,46% nos últimos 12 meses. Já as importações brasileiras de cacau, em valores, aumentaram 155,61% na comparação anual, indicando maior dependência externa da amêndoa para abastecimento da indústria.
“A alta de abril reflete um momento pontual de demanda aquecida, mas os contratos futuros continuam projetando queda, com base na expectativa de uma safra global mais robusta ao longo do ano”, explica Isadora Araújo, economista da GEP Costdrivers. “Além disso, a previsão de queda na moagem mundial indica um ritmo mais lento no consumo, o que reforça o viés de baixa para os preços no médio prazo.”
Outros destaques do mês:
- Café: registrou queda de -3,80% no preço internacional, relacionada aos impactos da Guerra Tarifária sobre o mercado de commodities. Apesar disso, a tendência de alta anual se mantém, com previsão de demanda externa crescente e recuo dos estoques globais.
- Milho: os preços seguem em retração mensal, em linha com a chegada da colheita da segunda safra no Brasil. No entanto, na comparação anual, permanecem elevados, com crescimento das exportações brasileiras e balanço global desequilibrado.
- Algodão: os contratos internacionais registraram leve alta, mas seguem mostrando queda na comparação anual, sustentada pelas projeções do USDA de balanço global positivo. Vale lembrar que o produto também pode gerar mais receita de exportação para o Brasil, impulsionado pela Guerra Comercial entre EUA e China.
- Soja: no mercado internacional foi observada alta mensal de +2,06%, com queda de -11,61% em relação ao mesmo período de 2024. Já o preço doméstico apresentou alta mensal de +1,58%, o que se refletiu em uma elevação anual de +5,96%. Assim como ocorreu com o café e o milho, a demanda externa mais aquecida elevou o preço da soja. Isso está diretamente relacionado à guerra comercial entre EUA e China.
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