O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) realizaram, nos dias 3 e 4 de junho, uma operação de fiscalização em Timbó, no Vale do Itajaí, que resultou na apreensão de diversos animais silvestres e exóticos mantidos ilegalmente em cativeiro. A ação revelou atividades de tráfico e uso irregular de fauna em áreas residenciais e estabelecimentos comerciais do município.

Entre os animais resgatados estão duas aranhas nativas, cinco aves — incluindo duas espécies ameaçadas de extinção em Santa Catarina —, duas serpentes caninanas (Spilotes pullatus), três cobras-do-milho (Pantherophis guttatus), uma cobra píton (Python molurus bivitattus) e um lagarto argentino (Salvator merianae). A legislação brasileira proíbe a importação e a manutenção, sem autorização, da cobra píton e do lagarto argentino, duas espécies exóticas.
Crânio
O caso mais emblemático da operação foi a apreensão de um crânio de chimpanzé, espécie listada pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES). O comércio e transporte de chimpanzés ou de qualquer parte desses animais são proibidos internacionalmente, salvo exceções para fins científicos autorizados. A origem do crânio está sob investigação, levantando suspeitas de envolvimento com redes internacionais de tráfico de partes de animais.
Os responsáveis pelos locais vistoriados receberam multas que somam R$ 1,16 milhão por infrações relacionadas à manutenção ilegal de fauna silvestre e exótica. Segundo o Ibama, além do crime ambiental, a posse desses animais representa risco de desequilíbrio ecológico e ameaça à saúde pública. Espécies exóticas, como as cobras-do-milho, podem se tornar invasoras caso escapem para o ambiente natural, competindo com espécies nativas por alimento e habitat.
A operação reforça o compromisso dos órgãos ambientais no combate ao tráfico de animais silvestres e exóticos, protegendo espécies ameaçadas e preservando o patrimônio genético e ecológico do Brasil. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e desarticular possíveis redes de tráfico de fauna no estado.
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