Os preços da soja em grão continuam firmes no mercado brasileiro. Levantamentos do Cepea apontam sustentação nas cotações. Ou seja, apesar da oferta abundante, a demanda externa aquecida ajuda a manter os valores estáveis. Por outro lado, os derivados da oleaginosa enfrentam queda nos preços. Segundo o Cepea, o óleo de soja recua devido à baixa procura interna.
O setor de biodiesel, principal consumidor, reduziu a demanda nas últimas semanas. Já o farelo de soja também perde valor no mercado nacional. Das 32 regiões acompanhadas pelo Cepea, 16 registraram os menores preços desde setembro de 2017. Na semana passada, a Conab elevou sua estimativa para a safra 2024/25. A produção nacional deve atingir 169,6 milhões de toneladas, volume recorde. Portanto, o número supera em 0,75% a previsão feita em maio. A projeção da Conab se aproxima da estimativa do USDA, de 169 milhões de toneladas.
Alta oferta de milho pressiona preços para baixo
Os preços do milho seguem em queda no mercado interno. Levantamentos do Cepea indicam recuos contínuos nas principais regiões produtoras. Em resumo, o bom desenvolvimento da segunda safra impulsiona as expectativas de oferta elevada. As condições climáticas favoreceram o avanço das lavouras em todo o país.
Na última semana, a Conab atualizou as estimativas da colheita nacional. A safra 2024/25 deve alcançar 128,25 milhões de toneladas. Esse número é 1,37 milhão de toneladas maior que o previsto em maio.
A produção da segunda safra deve somar 101 milhões de toneladas. Em geral, esse volume supera em 12% o resultado da temporada anterior. Segundo a Conab, será a segunda maior colheita da série histórica.
Qualidade do feijão define os preços nas praças
Os preços do feijão apresentam comportamentos distintos conforme a qualidade do grão. Segundo o Cepea, grãos de alta qualidade mantêm cotações firmes em várias regiões. A oferta reduzida com bom padrão sustenta os preços nesses mercados. Já os feijões comerciais sofrem desvalorização, pressionados pelo excesso de oferta.
A maior parte dos lotes disponíveis apresenta qualidade inferior.
Neste mês, a Conab divulgou novas estimativas para a safra nacional. A produção total de feijão em 2024/25 deve alcançar 3,17 milhões de toneladas. Ou seja, o volume representa queda de 0,8% frente ao ciclo anterior.
A primeira safra já foi colhida e totalizou 1,06 milhão de toneladas. Esse resultado é 12,8% superior ao registrado na temporada passada.
A segunda safra está em andamento e deve cair 7,3%, somando 1,36 milhão de toneladas. A terceira safra, cultivada em áreas irrigadas, também deve recuar. Em geral, a Conab projeta colheita de 749,6 mil toneladas, 5,1% menor que a anterior.
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