O Brasil caminha para uma safra recorde de algodão em 2024/25, estimada em cerca de 3,8 milhões de toneladas de algodão em pluma. Isso segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Abrapa. Esse crescimento, de aproximadamente 3,3% a 8% em relação à safra anterior, está diretamente ligado aos avanços no melhoramento genético das cultivares, que têm elevado a produtividade e a qualidade da fibra brasileira.
Desde 1976, a produtividade da cotonicultura brasileira aumentou 12 vezes, resultado da adoção de variedades mais produtivas, resistentes a pragas e doenças, e com fibras de qualidade superior. Liliane Tibolla, consultora da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, destaca que a escolha da cultivar adequada é crucial para o sucesso da produção. “Quanto mais fibra de qualidade a cultivar produzir, maior será o retorno financeiro para o produtor, que investe em uma cultura de alto custo”, afirma.
Cultivares geneticamente resistentes oferecem maior estabilidade, reduzindo vulnerabilidades e facilitando o manejo integrado de pragas e doenças. Portanto, essencial para manter a produtividade e a saúde das lavouras.
Qualidade da fibra e exigências do mercado internacional
O mercado global exige rigorosos padrões de qualidade, que incluem características como comprimento da fibra (UHML/POL), índice de fibras curtas (SF), resistência (STR), uniformidade (UI) e micronaire (MIC). O melhoramento genético tem permitido a produção de algodão que atende a esses requisitos, minimizando riscos de deságio na comercialização e aumentando a competitividade brasileira no exterior[texto fornecido].
Além da genética, a adaptação das cultivares às condições locais de solo, clima e sistema de produção é fundamental. Escolhas inadequadas podem comprometer o potencial produtivo da lavoura. Liliane Tibolla reforça que o melhoramento genético só alcança seu pleno potencial quando aliado a um manejo técnico adequado e orientado por especialistas, garantindo a evolução sustentável da cotonicultura nacional.
Brasil como líder global e perspectivas para 2024/25
O Brasil se mantém como o terceiro maior produtor mundial de algodão, atrás apenas da China e Índia. E consolidou sua liderança nas exportações globais em 2023/24. Estados como Mato Grosso, Bahia e Goiás destacam-se pela alta produtividade e expansão da área cultivada, que cresceu cerca de 41,9% no país desde 2020/21.
A expectativa para 2024/25 é de continuidade do crescimento, com área plantada estimada em torno de 2 milhões de hectares. E produtividade média próxima a 1,85 tonelada por hectare. Assim, resultando em uma produção recorde que reforça o papel do Brasil como protagonista no mercado internacional do algodão.
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