O preço do azeite no Brasil tem perspectiva de queda de até 10% ao longo de 2025. Isso impulsionado por uma combinação de fatores favoráveis no mercado internacional e medidas fiscais adotadas pelo governo federal. A produção mundial de azeite na safra 2024/25 deve atingir cerca de 3,375 milhões de toneladas, um aumento de aproximadamente 32% em relação à safra anterior, segundo dados do International Olive Council (IOC). Esse volume recorde é um dos maiores dos últimos anos e tende a aliviar a pressão sobre os preços globais, que já recuaram significativamente nos últimos meses.
Além da recuperação produtiva, o governo brasileiro eliminou a alíquota de 9% do imposto de importação sobre o azeite. Essa medida contribuiu para a redução dos custos para os importadores. Eduardo Casarin, country manager Brasil & LATAM da Filippo Berio, destaca que essa combinação cria um cenário promissor para a queda gradual dos preços no país, embora o ajuste não seja imediato nem uniforme.
O Brasil depende quase totalmente das importações para abastecer seu mercado, o que torna o país sensível às variações do mercado internacional. A Itália, tradicional produtora e referência em qualidade, mantém sua produção em cerca de 240 mil toneladas nesta safra, representando 6,6% da produção mundial e influenciando especialmente o segmento premium valorizado pelos consumidores brasileiros.
Estrutura limita redução final
No entanto, fatores estruturais ainda limitam a transmissão integral dessa redução para o consumidor final. Entre eles estão os contratos de importação firmados anteriormente com preços mais altos, custos logísticos elevados, valorização do euro frente ao real, além da carga tributária interna, que inclui ICMS e PIS/COFINS. Também pesam as margens de distribuição e a presença de estoques adquiridos a preços antigos.
Casarin ressalta que o consumidor começará a perceber a queda nos preços ao longo de 2025, especialmente nas marcas mais dependentes da importação europeia. Mas a redução será gradual devido à complexidade da cadeia de custos no Brasil.
Em resumo, a safra global recorde, somada à isenção do imposto de importação, cria condições para que o preço do azeite no Brasil diminua. Mas a queda será moderada por custos logísticos, cambiais e tributários que ainda pesam no mercado nacional.
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