Os preços do milho começaram julho em queda e já estão nos menores níveis registrados neste ano em boa parte das regiões produtoras do país. A pressão vem, principalmente, da grande oferta no mercado interno, resultado direto da colheita da segunda safra.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apontou que Campinas (SP), uma das principais praças de referência, sente com mais força o recuo nos preços. Na sexta-feira (4), os negócios na região registraram a saca de 60 quilos a R$ 64,05 — queda de 4,43% nos primeiros quatro dias do mês.
Os preços não atingiam esse patamar desde setembro do ano passado, considerando os valores nominais. Com mais milho chegando aos armazéns, a tendência de curto prazo segue sendo de pressão sobre as cotações. O ritmo de colheita da segunda safra segue firme, aumentando ainda mais a disponibilidade do cereal, destaca o Cepea, em nota.
Para os produtores, o cenário liga o sinal de alerta. Com os custos de produção ainda elevados, muitos têm segurado parte da produção na esperança de uma reação no mercado. Mas, por enquanto, o excesso de oferta continua ditando o tom.
Em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná, o cenário é parecido: muito milho no campo e pouco apetite dos compradores. A expectativa agora gira em torno da movimentação do mercado externo, que pode ajudar a aliviar os estoques locais com exportações nos próximos meses.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Empresa aposta em robos e rodas gigantes para cultivar morangos
+ Agro em Campo: Soja sobe com alta de impostos na Argentina