O biólogo e influenciador Richard Rasmussen viralizou ao defender o controle rigoroso de javalis no Brasil. Em entrevista à página Aqui Tem Javali, ele foi direto: “Javali é exótico, é praga e tá na Constituição: tem que ser eliminado!”. A fala reacendeu o debate sobre os estragos causados pela espécie, que já avança por lavouras, nascentes e áreas de preservação.
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Originários da Europa, os javalis (Sus scrofa) foram introduzidos irregularmente no Brasil e hoje se espalham sem controle. Dados exclusivos do Compre Rural indicam que mais de 1 milhão de animais precisam ser abatidos em 2025 para frear a destruição. Eles:
- Devastam plantações de soja, milho e mandioca;
- Contaminam nascentes e competem com espécies nativas;
- Transmitem doenças à suinocultura, como peste suína clássica.
Segundo o Ministério da Agricultura, os prejuízos ultrapassam R$ 200 milhões/ano, enquanto secretarias estaduais alertam para o risco de colapso em pequenas propriedades.
Caçadores legalizados assumem o papel do Estado
Grupos como o Aqui Tem Javali, formado por caçadores registrados no IBAMA, atuam no controle ético da espécie. A Instrução Normativa nº 12/2013 autoriza o abate, classificando o javali como “nocivo”. Richard critica a omissão governamental: “Se o Estado não faz, alguém precisa fazer. Quem é contra a caça deveria ver os estragos no campo”.
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A Constituição Federal protege a fauna nativa, mas abre exceção para espécies invasoras. Enquanto isso:
- Produtores rurais exigem políticas públicas eficientes;
- Ambientalistas pedem métodos não letais, como esterilização;
- Caçadores argumentam que a remoção imediata é a única solução prática.
O que dizem as autoridades?
O IBAMA reconhece a gravidade do problema, mas estados como RS, SC e SP concentram as maiores queixas. A Secretaria de Agricultura do RS já registrou perdas de 30% em lavouras de milho em áreas infestadas.
Enquanto o debate segue, o consenso é claro: sem ação coordenada, os javalis seguirão avançando. “Não dá para romantizar. Ou controlamos agora, ou pagamos o preço depois”, resume Rasmussen.
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