Resumo da notícia
- A CNA, por meio do projeto Campo Futuro, avaliou os custos de produção de grãos, leite, ovos e cana-de-açúcar em quatro estados, envolvendo produtores, técnicos e entidades locais para levantar dados precisos.
- Na produção de grãos, destaque para a soja e milho com alta produtividade em MS e BA, mas o manejo mais tecnificado do sorgo elevou os custos em cerca de 20%, mostrando desafios no equilíbrio entre produtividade e custos.
- No leite, em Itaperuna (RJ), a alimentação do rebanho é o maior gasto, representando 43% do custo operacional, seguida por mão de obra e despesas administrativas, com a atividade respondendo por 84% do faturamento da fazenda.
- Na produção de cana-de-açúcar em São Manuel (SP), custos operacionais são cobertos, mas a remuneração do capital e da terra não, com insumos e maquinário representando juntos 81% do custo total, evidenciando pressão financeira no setor.
Resumo gerado pela redação.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) levantou os custos de produção de grãos, leite, ovos e cana-de-açúcar em quatro estados brasileiros. A ação ocorreu por meio do projeto Campo Futuro, que promoveu painéis com produtores rurais, técnicos, sindicatos e federações estaduais.
Grãos
Os estudos sobre grãos foram realizados no Mato Grosso do Sul e na Bahia. Em Maracaju (MS), a produtividade média da soja ficou em 66 sacas por hectare. Já o milho segunda safra registrou 120 sacas por hectare.
Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a soja alcançou 68 sacas por hectare, mesmo com estiagem e ataque de mosca branca. Em geral, o milho verão teve bom desempenho, com média de 170 sacas por hectare. Além disso, o sorgo manteve boa produtividade, com 80 sacas por hectare, e o milheto apareceu como alternativa na segunda safra, atingindo 25 sacas por hectare. O manejo mais tecnificado do sorgo elevou os custos em cerca de 20%.
Leite
O levantamento do leite ocorreu em Itaperuna (RJ). A propriedade modal possui 23 vacas da raça Girolando, sendo 15 em lactação, com média diária de 150 litros. A atividade responde por 84% do faturamento da fazenda, enquanto a venda de animais representa 16%.
Em resumo, na composição do Custo Operacional Efetivo (COE), a alimentação do rebanho lidera os gastos, com 43%. Em seguida aparecem mão de obra (30%) e despesas administrativas (13%).
Ovos
Em Bastos (SP), a análise focou na produção de ovos. A granja modal adota o sistema californiano, alojando 300 mil aves por ano, divididas em cinco lotes. A produção anual chega a 240 mil caixas com 30 dúzias.
A ração é o item de maior impacto no COE, representando cerca de 60% dos custos.
Cana-de-açúcar
Os custos da cana foram levantados em São Manuel (SP). A propriedade analisada tem 100 hectares, com média de cinco cortes. Em geral, a expectativa para a safra 2025/26 é de 80 toneladas por hectare e 135 kg de ATR por tonelada.
O plantio é manual. A receita cobre os custos operacionais efetivos e totais, mas não cobre a remuneração do capital e da terra. Insumos e maquinário pesam mais no custo total, com 41% e 40%, respectivamente. Entre os insumos, fertilizantes representam 42% dos gastos e corretivos, 19%.
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