Resumo da notícia
- Secas prolongadas e altas temperaturas levaram o Noroeste do Rio de Janeiro, responsável por até 80% da produção estadual de café, a ser oficialmente incluído no Mapa do Semiárido brasileiro, reconhecendo o avanço da aridez na região.
- O Senado aprovou o PL 1.440/2019, incluindo 22 municípios fluminenses no Semiárido, garantindo aos agricultores o Benefício Garantia-Safra, que protege contra perdas causadas por estiagens e fortalece a segurança financeira rural.
- O impacto econômico da reclassificação é estimado em R$ 22 milhões ao ano, além de facilitar o acesso ao crédito rural e estimular investimentos em tecnologia e infraestrutura resiliente para a cadeia produtiva do café.
- O Governo Federal deve apresentar até setembro de 2025 um novo modelo de seguro rural para ampliar o acesso ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, reforçando a proteção dos agricultores contra riscos climáticos e garantindo sustentabilidade.
Resumo gerado pela redação.
Secas prolongadas e temperaturas extremas colocam a cafeicultura fluminense em alerta. O Noroeste do Rio de Janeiro, responsável por 70% a 80% da produção estadual de café, agora integra oficialmente o Mapa do Semiárido brasileiro.
A mudança climática acelera transformações na agricultura brasileira. Entre janeiro e abril de 2025, seguradoras desembolsaram R$ 2 bilhões em indenizações rurais, crescimento de 8% comparado ao ano anterior, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 1.440/2019 neste mês. A medida inclui 22 municípios das regiões Norte e Noroeste Fluminense no Semiárido. Agricultores dessas áreas passam a receber o Benefício Garantia-Safra, proteção contra perdas por estiagens.
“Nos últimos anos, estas regiões experimentam menos chuva, temperaturas médias mais altas e maior evaporação”, explica Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg. “O risco climático aumenta para qualquer atividade agrícola.”
Impacto econômico de R$ 22 milhões
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) calcula impacto econômico de R$ 22 milhões anuais. A reclassificação destrava acesso ao crédito rural e estimula investimentos na cadeia agroindustrial.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Embrapa forneceram critérios técnicos para a decisão. Dados comprovam avanço da aridez em municípios tradicionalmente produtores de café.
O Noroeste Fluminense produz principalmente café arábica de alta qualidade. A região ganha destaque crescente por cafés especiais, reconhecidos em premiações nacionais e internacionais.
Toyama destaca mudança de paradigma: “O Seguro Rural deixa de ser alternativa e vira necessidade diante das volatilidades climáticas.” O mecanismo protege produtores da quebra total em anos de intempéries.
A proteção climática através de seguros cria ambiente mais seguro para investidores. Agricultores podem investir em tecnologia, insumos e infraestrutura resiliente com mais tranquilidade.
“Mais crédito leva a mais investimentos, que aumentam o valor agregado dos produtos e geram novos negócios”, analisa Toyama. A cadeia agroindustrial envolve desde plantio até comercialização dos produtos.
Novo modelo em setembro
O deputado federal Wladimir Garotinho (PP-RJ) apresentou o PL 1.440/2024 sobre incentivos ao desenvolvimento sustentável. A proposta menciona seguro rural como estratégia para manter renda do agricultor.
O Governo Federal apresentará novo modelo de seguro rural até setembro de 2025, antes do plantio da próxima safra. O objetivo é ampliar acesso ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Especialistas alertam para necessidade urgente de fortalecer mecanismos de gestão de risco. O seguro evita colapso de cadeias produtivas e reduz pressão por renegociação de dívidas.
A perspectiva climática incerta torna essencial ampliar proteção aos cafeicultores. A medida garante que o café brasileiro continue referência mundial, mesmo com solo seco e clima imprevisível.
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