Resumo da notícia
- A transferência de embriões em Mato Grosso já beneficiou 1.043 produtores, com 3.894 prenhezes confirmadas, usando embriões sexados da raça Girolando ½ sangue para aumentar a produção leiteira.
- Vacinas geradas pelo projeto têm potencial para produzir ao menos 15 litros de leite diários, elevando a renda mensal por animal em até R$ 735,60, triplicando a média estadual atual.
- O programa conta com assistência técnica da Empaer em todas as etapas, garantindo o acompanhamento e suporte aos produtores para assegurar o sucesso das prenhezes.
- O projeto tem impacto social expressivo, fortalecendo comunidades rurais e ajudando pequenos produtores a aumentar a renda e permanecer no campo com dignidade.
Resumo gerado pela redação.
A biotecnologia de transferência de embriões está transformando a realidade de pequenos produtores de leite em Mato Grosso. Desde 2020, o projeto estadual já investiu mais de R$ 6,7 milhões e atendeu 1.043 produtores rurais em 32 municípios, resultando em 3.894 prenhezes confirmadas.
A iniciativa da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) utiliza embriões sexados de fêmeas da raça Girolando ½ sangue, oriundos do cruzamento entre vacas Gir Leiteiro – com potencial produtivo superior a 5.000 kg de leite por lactação – e sêmen sexado de touros da raça Holandesa importados.
Resultados comprovados no campo
Em Campo Verde, o produtor Ademirson Machado, do assentamento Dom Osório, exemplifica o sucesso do programa. Beneficiário da primeira etapa em 2023, ele já contabiliza o nascimento de dez novilhas com alto padrão genético em sua propriedade.
“Cada uma pode chegar a produzir até 35 litros por dia. Hoje, nossa média é de 25 litros. Um embrião desses custa de R$ 3 mil a R$ 4 mil, e sozinho a gente não conseguiria”, explica o pecuarista, demonstrando o impacto econômico da tecnologia.
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Estudos técnicos da Seaf indicam que as vacas geradas pelo projeto devem produzir no mínimo 15 litros de leite diários, superando significativamente a média estadual atual de 4,34 litros. Essa melhoria pode representar um incremento de até R$ 735,60 na renda mensal por animal, potencialmente triplicando a receita de muitos produtores familiares.

“Este projeto oferece uma resposta concreta, com tecnologia de ponta, para que o pequeno produtor possa competir, aumentar sua renda e permanecer no campo com dignidade”, afirma Andreia Fujioka, secretária de Estado de Agricultura Familiar.
Assistência técnica especializada
O projeto conta com apoio integral da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e secretarias municipais de agricultura. Os técnicos acompanham todas as fases, desde a seleção das propriedades até o monitoramento dos nascimentos.
Suelme Fernandes, presidente da Empaer, destaca que “a transferência de embriões em rebanhos da agricultura familiar é uma das ações mais estratégicas que já executamos”, enfatizando a democratização do acesso à genética de excelência.
O engenheiro agrônomo Marcelo Furtado, que acompanha o projeto desde 2022, relata resultados impressionantes: “Começamos com 66 prenhezes. Hoje, já temos novilhas com 26 meses prenhas novamente”.
Em Campo Verde, já são quase 80 animais frutos do projeto, segundo o técnico da Empaer Kênio Batista Nogueira, que enfatiza como o programa tem “mudado a dinâmica das comunidades rurais e fortalecido a permanência das famílias no campo”.
Projeto referência nacional
A proposta prevê a oferta total de 2.000 prenhezes, divididas em quatro lotes, com cobertura em todas as macrorregiões de Mato Grosso. A execução conta com parcerias estratégicas envolvendo prefeituras, cooperativas e associações.
O projeto de melhoramento genético por transferência de embriões já é considerado referência nacional no uso de biotecnologias reprodutivas na agricultura familiar, alinhado à política estadual de desenvolvimento rural sustentável.
Juraci Vasto, secretário municipal de Agricultura de Campo Verde, confirma o impacto positivo: “É gratificante ver esse salto. Estamos em diálogo com a Seaf para expandir o projeto, porque a primeira etapa foi um sucesso”.
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