Resumo da notícia
- O Brasil intensifica esforços para ampliar exportações ao México, buscando compensar perdas causadas por tarifas elevadas dos EUA em produtos como máquinas agrícolas e móveis.
- Em 2023, o México importou US$ 4,8 bilhões em itens brasileiros, mas representa só 3% das vendas brasileiras; a expectativa é crescer diante das tarifas americanas que chegam a 50%.
- A Apex-Brasil destaca a capacidade nacional em setores como máquinas agrícolas para aproveitar o interesse mexicano, um dos maiores importadores desses produtos impactados pelas tarifas.
- A comitiva brasileira, liderada por Geraldo Alckmin, participa de fórum com 250 empresários para discutir cooperação em agronegócio, segurança alimentar e inovação, fortalecendo laços comerciais entre Brasil e México.
O Brasil direciona seus esforços para ampliar a presença no mercado mexicano, buscando compensar perdas nas exportações devido ao aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos. Empresários brasileiros, liderados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, chegaram ao México nesta terça-feira (26) para reforçar o comércio entre os países.

No ano passado, o México importou US$ 4,8 bilhões em móveis, mármore, máquinas agrícolas e equipamentos médico-odontológicos. Apesar disso, essas categorias ainda representam uma participação modesta das vendas brasileiras no país, com apenas 3%. Já para os EUA, o Brasil exportou US$ 455 milhões desses produtos, que agora enfrentam tarifas de até 50%.
A Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) destaca que a capacidade de produção nacional, especialmente em máquinas agrícolas, permite aproveitar o interesse mexicano, que figura entre os 10 maiores importadores dos setores impactados pelo tarifaço norte-americano.
A balança comercial Brasil-México alcançou US$ 13,6 bilhões, com o México como segundo maior destino das exportações brasileiras na América Latina, lideradas por veículos, soja, carne de aves e motores de pistão. A entrada da maquinaria agrícola e móveis pode ampliar significativamente este número.
Fórum empresarial
A comitiva brasileira participa de um fórum empresarial com 250 empresários dos dois países, no qual discutirão temas estratégicos como segurança alimentar, inflação e desenvolvimento de setores econômicos específicos, incluindo o agronegócio.
Além disso, a agenda prevê visitas a centros de abastecimento de alimentos, polos industriais e laboratórios de pesquisa biotecnológica. Alckmin e a ministra Simone Tebet serão recebidos pela prefeita Claudia Sheinbaum na Cidade do México.
A estratégia brasileira busca reduzir o impacto do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump. Que cobra taxas adicionais de 25% sobre carros e até 50% sobre aço, alumínio e cobre exportados pelo México para os EUA. O Brasil quer, assim, consolidar o México como parceiro comercial prioritário para produtos essenciais do agro nacional, como máquinas agrícolas, além de ampliar a diversificação do mercado externo.