Resumo da notícia
- A Operação Café Real apreendeu 3 toneladas de café adulterado no Rio de Janeiro, com fiscalização em 19 pontos de venda, envolvendo órgãos estaduais e federais para proteger consumidores contra fraudes.
- A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) alertou sobre o aumento de cafés vendidos como puros, mas misturados com impurezas ou outros vegetais, prática ilegal e prejudicial à saúde.
- Adulterações no café podem causar problemas gastrointestinais e prejuízos econômicos; a legislação permite até 1% de impurezas naturais, mas proíbe adições intencionais que enganem o consumidor.
- Consumidores devem buscar o selo Abic, usar o aplicativo ABICafé para checar certificação, desconfiar de preços muito baixos e ler rótulos para evitar a compra de produtos adulterados.
Uma operação de combate à fraude no café, batizada de “Operação Café Real”, apreendeu 3 toneladas do produto suspeitas de adulteração no estado do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (27). A ação, que visa proteger os consumidores de riscos à saúde e prejuízos econômicos, é uma força-tarefa conjunta entre a Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor, a Polícia Militar, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e os Procons estadual e municipais.
As fiscalizações percorreram 19 pontos de venda, incluindo indústrias cafeeiras e redes de supermercados na capital fluminense e nos municípios de Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Itaperuna, Carmo e Cantagalo. Todo o material apreendido foi encaminhado para análise técnica da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

O alerta para a investigação partiu da própria Abic, que identificou um crescimento no mercado de produtos vendidos como “café puro”, mas que na verdade contêm impurezas excessivas ou são misturados com outros vegetais, como sementes de milho torradas. Essas adulterações configuram um crime contra o consumidor e um sério risco à saúde pública.
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De acordo com a Portaria nº 570 do MAPA, é permitido até 1% de impurezas naturais (como cascas e galhos) provenientes da lavoura. No entanto, não é tolerada nenhuma adição intencional de outros elementos que busquem enganar o comprador e baratear o custo do produto de forma ilegal.
Riscos à saúde e ao bolso
Em nota, o secretário estadual de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, destacou a importância da operação. “Fiscalizações em produtos de grande consumo, como o café, são fundamentais para garantir que o cidadão receba exatamente aquilo que está pagando, com qualidade e segurança”, afirmou. “O consumo de café impróprio pode causar problemas de saúde, como distúrbios gastrointestinais, além de gerar prejuízos ao bolso. Nosso compromisso é proteger a população contra práticas abusivas e enganosas”.

Como identificar um café adulterado e se proteger
Para não ser vítima da fraude, os consumidores devem ficar atentos a detalhes na hora da compra. Confira as dicas essenciais:
- Selo de Qualidade: procure pelo selo da Abic na embalagem. Ele atesta que o produto passou por controle de qualidade e é café puro.
- Use a Tecnologia: utilize o aplicativo ABICafé ou escaneie o QR Code disponível nas embalagens de marcas associadas para verificar a certificação e a categoria do produto.
- Desconfie de Preços Baixos: ofertas muito abaixo do preço de mercado, principalmente de marcas desconhecidas, são um forte indício de adulteração.
- Leia o Rótulo Atentamente: produtos que trazem escritas como “bebida à base de café” ou “pó sabor café” não são café torrado e moído puro, mas sim misturas que contêm outros ingredientes.
Novas etapas da operação estão previstas para os próximos dias em outras regiões do estado, ampliando o cerco contra a comercialização do “café fraudado”.