Com Japão e Estados Unidos na liderança, setor acumula alta de 192% no volume embarcado em 2025, com receita superando US$ 75 milhões; ABPA descarta impacto na oferta interna.
Foto: Divulgação - Embrapa/Paulo Lanzetta

As exportações brasileiras de ovos registraram crescimento robusto em agosto de 2025, consolidando um desempenho excepcional ao longo do ano. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o volume embarcado – incluindo ovos in natura e processados – atingiu 2,1 mil toneladas no mês, um aumento expressivo de 71,9% em comparação com as 1,2 mil toneladas exportadas em agosto de 2024.

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O desempenho financeiro foi ainda mais destacado. A receita gerada em agosto chegou a US$ 5,7 milhões, valor 90,8% superior aos US$ 3,0 milhões obtidos no mesmo mês do ano anterior.

Acumulado do ano é destaque

O resultado de agosto contribui para um cenário de crescimento explosivo nas exportações do setor em 2025. No acumulado de janeiro a agosto, as vendas externas totalizaram 32,3 mil toneladas, um salto de 192,2% frente às 11 mil toneladas do mesmo período em 2024.

Em termos de faturamento, a alta é ainda mais significativa. A receita total do ano chegou a US$ 75,3 milhões, um incremento de 214,5% sobre os US$ 23,9 milhões registrados de janeiro a agosto de 2024.

Japão e EUA lideram, mas mercados se diversificam

A análise por destinos em agosto revela um mapa diversificado para os ovos brasileiros:

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  • Japão: manteve a liderança, importando 578 toneladas (+328,5%).
  • Estados Unidos: ficou em segundo lugar, com 439 toneladas (+628,9%).
  • México: surgiu como um importador significativo, com 304 toneladas (sem dados de comparação de 2024).
  • Emirados Árabes Unidos: retomou as compras, adquirindo 182 toneladas (também sem embarques em 2024).
  • Chile: Registrou 172 toneladas, com uma queda de 79,6% na comparação anual.

Presidente da ABPA comenta cenário

Ricardo Santin, presidente da ABPA, analisou o cenário. Ele mencionou que os embarques para os EUA sentiram os efeitos de barreiras tarifárias, mas destacou a reconquista de mercados como os Emirados Árabes e a abertura de novos, como o México.

Santin também tranquilizou o mercado interno: “De qualquer forma, não são esperados efeitos significativos à oferta interna de ovos, já que exportamos menos de 2% de nossa produção”, afirmou.