Resumo da notícia
- A Fundação Amazônia Sustentável e o Bradesco entregaram um flutuante de pré-beneficiamento na comunidade de Ingaioara, na Reserva Mamirauá, para melhorar o manejo e a qualidade do pirarucu, fortalecendo a bioeconomia local.
- O flutuante possui capacidade para processar até 53 toneladas de pirarucu por safra, atende mais de 80 manejadores de quatro comunidades e integra conhecimento técnico com práticas tradicionais, promovendo autonomia comunitária.
- Desde 2021, o projeto incentiva a participação de jovens e mulheres, oferece capacitações em técnicas, gestão e educação financeira, elevando a renda das famílias e garantindo preços justos para o pescado.
- A iniciativa é fruto de parceria entre FAS, Bradesco, órgãos ambientais e associações locais, demonstrando que conservação ambiental e desenvolvimento econômico podem caminhar juntos na Amazônia.
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e o Bradesco entregaram um flutuante de pré-beneficiamento na comunidade de Ingaioara, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, em Fonte Boa (AM).
A estrutura vai transformar o manejo do pirarucu, um dos maiores peixes da Amazônia, fortalecendo a bioeconomia local e valorizando o trabalho ribeirinho. O projeto integra a Cadeia Produtiva do Pirarucu Manejado, desenvolvido pela FAS com apoio estratégico do Bradesco. E mantém compromisso com o desenvolvimento sustentável das comunidades amazônicas.
O flutuante oferece instalações que garantem higiene e conservação do pescado imediatamente após a captura, reduzindo perdas e garantindo melhor qualidade para o produto final. Com capacidade para processar até 53 toneladas de pirarucu inteiro eviscerado por safra, a estrutura atenderá mais de 80 manejadores de quatro comunidades locais.
- Exportações para os EUA caem com tarifaço em agosto
- São Paulo destina R$ 36 milhões ao crédito agropecuário
Além disso, o equipamento alia o conhecimento técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá com as práticas tradicionais dos próprios manejadores, reforçando a autonomia comunitária e otimizando a cadeia produtiva.
Importância do investimento
Raimundo “Birico” Gomes Ferreira, manejador da comunidade de Ingaioara, destacou a importância do investimento: “Criamos um regimento para cuidar do flutuante, que vai ajudar a organizar a produção e garantir um preço justo pelo nosso trabalho.” Desde 2021, o projeto estimula a participação de jovens e mulheres nas atividades de beneficiamento e comercialização do pirarucu, ampliando as oportunidades econômicas e sociais.
O projeto alcançou resultados significativos nas fases anteriores. Em 2023, beneficiou 369 pessoas com capacitações que aperfeiçoaram técnicas tradicionais, elevando o preço médio do pirarucu e melhorando a renda das famílias ribeirinhas. Foram realizados treinamentos em gestão de negócios e educação financeira, com apoio de voluntários do Bradesco, que também contribuíram com palestras para fortalecer a autonomia financeira dos manejadores.
Em eventos como a Feira do Pirarucu, promovida em Manaus, 153 manejadores comercializaram mais de 33 toneladas de peixe para cerca de 2.800 clientes. Consolidando o evento como referência em conciliação entre conservação ambiental e geração de renda.
Parceria
Além disso, o projeto é fruto de uma parceria entre FAS, Associação dos Moradores e Usuários da RDS Mamirauá Antônio Martins (Amurman), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema) e Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).
Silvana Machado, diretora-executiva de Recursos Humanos e Sustentabilidade do Bradesco, ressaltou que a iniciativa demonstra como preservar a floresta e desenvolver a economia local podem caminhar juntos. Ela afirmou que o flutuante consolida quatro anos de apoio contínuo do banco à cadeia produtiva do pirarucu. E reafirma o compromisso histórico da instituição com a região amazônica.
O manejo segue cotas rigorosamente definidas cientificamente para garantir o equilíbrio ecológico e a reprodução da espécie. A população de pirarucus, que antes enfrentava risco de extinção, vem se recuperando consistentemente nas últimas décadas, segundo pesquisas do Instituto Mamirauá.
Cada peixe comercializado simboliza a aplicação de um modelo coletivo, sustentável e responsável, conduzido pelas comunidades locais. Que agora contam com essa nova infraestrutura para ampliar ganhos e fortalecer a conservação ambiental.