Resumo da notícia
- O agronegócio de Minas Gerais alcançou US$ 12,8 bilhões em exportações nos primeiros oito meses de 2025, com crescimento de 13,5% e mantendo o estado na terceira posição nacional, representando 12% da receita do setor no país.
- O café lidera as exportações mineiras com US$ 6,88 bilhões, crescendo 52% devido à valorização dos preços, câmbio favorável e alta qualidade, consolidando Minas Gerais como maior exportador brasileiro e referência mundial no produto.
- Apesar do aumento da receita total, o volume exportado caiu 8,7%, refletindo desafios no complexo soja e sucroalcooleiro, que registraram quedas significativas tanto em faturamento quanto em quantidade exportada.
- A diversificação de mercados, com crescimento em destinos como Filipinas, México e Chile, reforça a adaptação dos exportadores mineiros e fortalece a competitividade internacional do agronegócio de Minas Gerais.
O agronegócio mineiro estabeleceu novo recorde de exportações ao alcançar US$ 12,8 bilhões no acumulado de janeiro a agosto de 2025, registrando crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado mantém Minas Gerais na terceira posição entre os maiores exportadores de produtos agropecuários do país, representando 12% da receita nacional do setor.
Os produtores mineiros embarcaram 11,6 milhões de toneladas de produtos para o exterior, volume 8,7% menor que o registrado no mesmo período de 2024. Mais de 590 diferentes produtos agropecuários mineiros chegaram a 174 países, com a China liderando como principal destino (26%), seguida por Estados Unidos (11%), Alemanha (8%), Itália e Japão (ambos com 5%).
Valorização de preços impulsiona crescimento
A assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira, atribui a expansão da receita à valorização do preço médio dos produtos agropecuários. “O setor exportador vem conquistando novos mercados ou ampliando presença em rotas alternativas, como Filipinas, México e Chile, que surgem como destinos estratégicos para proteínas mineiras”, explica a especialista.
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Teixeira destaca que esse movimento demonstra a capacidade de adaptação dos exportadores mineiros diante de mudanças nas condições de acesso a mercados tradicionais. A diversificação de destinos fortalece a posição competitiva do estado no cenário internacional.
Café consolida liderança absoluta
O café, principal produto de exportação do agro mineiro, gerou receita de US$ 6,88 bilhões, representando mais da metade do faturamento total do setor. O desempenho registrou salto impressionante de 52% em relação ao mesmo período de 2024. Impulsionado pela valorização dos preços, câmbio favorável e manutenção da qualidade reconhecida internacionalmente.
Minas Gerais responde sozinho por cerca de 70% das exportações brasileiras de café, confirmando sua liderança absoluta no segmento. A qualidade dos grãos mineiros consolida o estado como referência mundial no fornecimento do produto.
Complexo soja enfrenta retração
O complexo soja, que inclui grãos, óleo e farelo, registrou receita de US$ 2,4 bilhões com o embarque de 6 milhões de toneladas. O setor apresentou queda de 18% na receita e 10% no volume exportado em comparação com o período anterior, refletindo desafios específicos do mercado internacional.
O complexo sucroalcooleiro movimentou 3 milhões de toneladas e gerou US$ 1,2 bilhão em receitas, registrando queda de 18,3% no faturamento. A retração reflete ajustes no mercado internacional de açúcar e etanol que impactaram as vendas mineiras.
Carnes mantêm performance sólida
O setor de carnes, que engloba proteína bovina, suína e de frango, alcançou receita de US$ 1,2 bilhão com volume total de 324 mil toneladas embarcadas. A demanda chinesa permanece como motor essencial desse segmento, complementada pela expansão dos embarques para países do Oriente Médio, que se mostram mercados promissores para as proteínas mineiras.
Os produtos florestais, incluindo celulose, madeira e papel, geraram aproximadamente US$ 653 milhões em receitas com volume embarcado de 1 milhão de toneladas. O segmento mantém participação estável na pauta exportadora do estado, atendendo demanda internacional por produtos sustentáveis.