Resumo da notícia
- A pecuária e aquicultura brasileiras registraram R$ 132,8 bilhões em produção em 2024, com crescimento de 8,8%, sendo a aquicultura destaque com alta de 15,4%.
- O rebanho bovino alcançou 238,2 milhões de cabeças, o segundo maior desde 1974, apesar da leve redução de 0,2% devido ao ciclo pecuário e ao abate elevado de fêmeas.
- A produção de leite atingiu 35,7 bilhões de litros, recorde histórico, mesmo com redução de 2,8% no número de vacas ordenhadas, impulsionada pela alta de 9,4% no valor de produção.
- A produção de galináceos e ovos também bateu recordes, com 1,6 bilhão de cabeças e 5,4 bilhões de dúzias de ovos, respectivamente, impulsionada especialmente pela região Sul e por 24 estados.
A pecuária e aquicultura brasileiras alcançaram R$ 132,8 bilhões em valor de produção durante 2024, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (18). O crescimento de 8,8% em relação ao ano anterior marca um novo recorde no setor.
Os produtos de origem animal geraram R$ 121,1 bilhões, com alta de 8,2%. A aquicultura contribuiu com R$ 11,7 bilhões, registrando aumento expressivo de 15,4%.
O rebanho bovino brasileiro atingiu 238,2 milhões de cabeças em 2024. Este número representa o segundo maior efetivo desde 1974, superado apenas por 2023. A redução de 0,2% reflete o ciclo pecuário atual, explica a analista Mariana Oliveira.
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“O abate elevado de fêmeas ocorreu devido aos preços do bezerro e da arroba, que desestimularam a retenção para reprodução”, afirma Oliveira.
São Félix do Xingu (PA) mantém a liderança municipal com 2,5 milhões de cabeças. Corumbá (MS), Porto Velho (RO), Cáceres (MT) e Marabá (PA) completam o ranking dos cinco maiores rebanhos.
Produção de leite atinge novo recorde com menos vacas
A produção nacional de leite cresceu 1,4% e atingiu 35,7 bilhões de litros em 2024. O resultado surpreende pelo contraste: o número de vacas ordenhadas diminuiu 2,8%, totalizando 15,1 milhões – o menor registro desde 1979.
O valor de produção do leite alcançou R$ 87,5 bilhões, alta de 9,4%. O preço médio pago aos produtores subiu para R$ 2,45 por litro, crescimento de 7,9%.
Castro (PR) liderou a produção municipal com 484,4 milhões de litros. Carambeí (PR) e Patos de Minas (MG) ocuparam a segunda e terceira posições, respectivamente.
Galináceos batem recorde impulsionados pelo Sul
O Brasil registrou 1,6 bilhão de cabeças de galináceos em 2024, crescimento de 1,7%. O efetivo de galinhas atingiu recorde com 277,5 milhões de cabeças, alta de 6,8%.
A região Sul mantém 47,3% do efetivo nacional desde 1983. O Paraná lidera com 28,8% do total brasileiro, seguido por São Paulo (13,0%) e Rio Grande do Sul (9,8%).
Santa Maria de Jetibá (ES) concentra o maior efetivo municipal com 14,9 milhões de galinhas.
Produção de ovos cresce em 24 estados
A produção brasileira de ovos alcançou 5,4 bilhões de dúzias em 2024, crescimento de 8,6%. O resultado marca um novo recorde na série histórica, que cresce ininterruptamente desde 1999.
Santa Maria de Jetibá (ES), Bastos (SP) e São Bento do Una (PE) lideram a produção municipal de ovos no país.
Nordeste impulsiona recordes de mel e caprinos
A produção de mel cresceu 4,9% e atingiu 67,3 milhões de quilos. O Nordeste responde por 39,4% da produção nacional, com destaque para Piauí, Ceará, Bahia e Maranhão.
Os rebanhos de caprinos e ovinos também bateram recordes. Os caprinos cresceram 3,1% e somaram 13,3 milhões de animais. Os ovinos aumentaram 0,3% e chegaram a 21,9 milhões de cabeças.
Aquicultura registra crescimento expressivo
A produção de peixes aumentou 10,3% e alcançou 724,9 mil toneladas, gerando R$ 7,7 bilhões. A tilápia representa 68,9% da produção nacional de peixes.
O camarão criado em cativeiro atingiu 146,8 mil toneladas, crescimento de 15,2%. O valor de produção chegou a R$ 3,1 bilhões, com o Ceará (57,1%) e Rio Grande do Norte (21,5%) concentrando 99,7% da produção nacional.