Com redução de até 30% do insumo, produtores familiares e corporativos aumentam lucro e diminuem impacto ambiental
Foto: Divulgação/Stenon

A agricultura do Estado de São Paulo pode economizar até R$ 1 bilhão por ano ao adotar tecnologias que monitoram o nitrogênio no solo em tempo real. Isso é o que aponta um relatório da empresa Stenon. Esse monitoramento pode reduzir um dos maiores custos da lavoura: o fertilizante nitrogenado.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Atualmente, o preço da ureia importada gira entre US$ 435 e US$ 475 por tonelada, equivalente a R$ 2.400 a R$ 2.600, mesmo após queda pós-pandemia. Fatores geopolíticos, como a crise no Leste Europeu e sanções dos EUA, pressionam os custos, já que 17% da ureia brasileira vêm do Golfo Pérsico. O custo elevado impacta os produtores de grãos, que gastam mais de um terço do orçamento com nutrição da terra.

Dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) e da Datamar indicam que os agricultores paulistas adquiriram 2,11 milhões de toneladas de fertilizantes no primeiro semestre de 2024. Essa quantidade deve dobrar até o fim do ano, totalizando entre 4,3 e 4,5 milhões de toneladas para a safra completa. Projeta-se que 1,4 milhão de toneladas deste total seja em produtos nitrogenados para os 8 milhões de hectares cultivados no estado. O valor das compras ultrapassa R$ 3,5 bilhões.

Estudos independentes comprovam que o manejo preciso do nitrogênio pode reduzir o uso entre 20% e 30%, sem perder produtividade. Essa redução equivale a economizar de 0,28 a 0,42 milhão de toneladas do fertilizante, representando uma economia anual entre R$ 0,7 bilhão e R$ 1,1 bilhão.

Sustentabilidade

Além da economia, a redução do uso de nitrogênio diminui também a emissão de gases do efeito estufa. Produzir um quilo de ureia emite cerca de 1,9 kg de CO₂ equivalente. Cortar 0,4 milhão de toneladas do insumo evita quase 0,76 milhão de toneladas de CO₂, o que equivale a retirar aproximadamente 165 mil carros das ruas por um ano.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Niels Grabbert, CEO da Stenon, destaca a importância do monitoramento: “O nitrogênio é um alvo móvel. A aplicação no momento errado perde eficiência”.

Niels Grabbert, CEO da Stenon. Foto:
Divulgação/Stenon

Agrônomos do oeste paulista que aplicaram um sistema de monitoramento registraram reduções de 20% a 42% no uso de nitrogênio em culturas como milho e cana-de-açúcar, mantendo ou aumentando a produtividade. Para pequenos produtores, a economia chega a R$ 250 mil por ano, enquanto grandes corporações podem economizar até 20 vezes mais.

Com a instabilidade global nas cadeias de suprimentos, a eficiência baseada em dados se torna essencial para a competitividade do agronegócio. O monitoramento em tempo real de nitrogênio, desta forma, pode beneficiar economias locais e fortalecendo a sustentabilidade no campo.