Três produtores brasileiros se destacam no Cacao of Excellence 2025, competição que reconhece a excelência e diversidade do cacau global
Foto: Wenderson Araujo/Sistema CNA/Senar

Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil consolidou espaço entre os 50 melhores produtores de cacau do mundo, segundo o ranking do Cacao of Excellence (CoEx) 2025, principal competição global dedicada à avaliação da qualidade da amêndoa. A lista foi divulgada na noite de 22 de setembro, após a seleção rigorosa entre 191 amostras originárias de 45 países.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Os três representantes brasileiros classificados são frutos da 6ª edição do Concurso Nacional de Cacau Especial, realizado em 2024, que selecionou nove amostras para a etapa internacional. Destas, três conquistaram vaga entre as melhores amêndoas do planeta e agora disputam medalhas de ouro, prata e bronze no 10º Prêmio Cacao of Excellence, com cerimônia marcada para fevereiro de 2026 em Amsterdã, Holanda.

O destaque brasileiro inclui um blend de cacau de Itacaré (BA), produzido por Cláudia Sá, vencedora da categoria ‘Mistura’ no concurso nacional.

Do Pará, classificaram-se um blend de Uruará, cultivado por Gilmar Batista de Souza, e uma amêndoa da variedade Alvorada01 produzida por Leomar Silva Vieira, de Medicilândia, região histórica na produção de cacau amazônico.

Produtora de cacau na Bahia, Cláudia Sá ficou em primeiro lugar na categoria Mistura do Concurso Nacional de Cacau Especial de 2024, evento que a classificou para a disputa mundial. Foto: Carlos Borges

Cláudia Sá celebrou o resultado: “Estar entre os 50 melhores do mundo é uma honra e uma grande felicidade. Essa conquista mostra que o Brasil produz cacau de alta qualidade e tem potencial para ser referência global”. O blend premiado é composto principalmente pela variedade PS1319, apelidada pela produtora de ‘Encantada’. Ela ainda reforçou seu sonho de tornar o cacau brasileiro o mais desejado mundialmente, destacando a importância da qualidade aliada à responsabilidade social e ambiental.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Posição do país no mercado internacional

Para Adriana Reis, gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau (CIC) e especialista em análise sensorial, a presença brasileira no CoEx fortalece a posição do país no mercado internacional. “O CoEx reconhece a diversidade, dedicação e excelência que transformam o cacau em uma joia rara,” afirmou. “É uma vitrine global para produtores que dominam todas as etapas, do cultivo ao beneficiamento, entregando amêndoas de altíssima qualidade.”

O Concurso Nacional de Cacau Especial, maior certame de qualidade do país, chega em 2025 à sua 7ª edição, reunindo 108 amostras de cinco estados (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Pará e Rondônia). A disputa oferece R$ 100 mil em prêmios e distribui reconhecimentos nas categorias Mistura/Blend e Varietal. Os vencedores serão anunciados em 6 de dezembro, em Cacoal (RO), após avaliações criteriosas que incluem sustentabilidade da produção, análises físico-químicas, testes sensoriais e transformações em chocolate para prova de paladar por júri especializado.

O evento é promovido pelo CIC em parceria com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) e, este ano, conta com apoio do Governo de Rondônia.