Resumo da notícia
- O governador Tarcísio de Freitas inaugurou a segunda planta 100% de biometano em São Paulo, na usina Cocal, que produz até 60 mil metros cúbicos diários usando resíduos da cana-de-açúcar e esterco animal.
- São Paulo lidera políticas públicas para biocombustíveis, com parcerias para licenciamento ambiental e incentivo ao uso do biometano como fonte renovável, destacando-se pela inovação e gestão energética.
- O biometano produzido é distribuído em GNC para clientes industriais e comerciais, com objetivo de substituir o diesel e criar um ciclo de transporte com zero emissões, fortalecendo a economia verde no estado.
- A expansão do biometano pode gerar até 20 mil empregos até 2030, aumentar a produção para 6,4 milhões de m³/dia e reduzir 16% das emissões previstas nas metas climáticas estaduais, cobrindo 40% da demanda atual de gás natural.
O governador Tarcísio de Freitas participou da inauguração da segunda planta 100% de biometano no estado. O evento aconteceu no sábado (27) na usina Cocal, localizada em Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo.
A nova estrutura produz até 60 mil metros cúbicos de biocombustível por dia. Autoridades estaduais e municipais compareceram ao evento, incluindo o secretário executivo Alberto Amorim e deputados federais e estaduais.
A planta utiliza vinhaça e torta de filtro, resíduos nobres da cana-de-açúcar, para produzir biogás. A empresa também aproveita esterco animal de granjas regionais no processo produtivo. “A unidade representa um marco na transição energética”, afirma Carlos Ubiratan Garms, membro do conselho da Cocal. “Com nossas duas plantas ativas, nossa região se torna uma das principais produtoras mundiais de biometano.”
Estado lidera políticas públicas para biocombustíveis
A Secretaria de Agricultura incentiva ativamente o uso do biometano como fonte renovável. Em 2024, parcerias com SEMIL e CETESB estabeleceram procedimentos de licenciamento ambiental para plantas do setor sucroenergético.
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Alberto Amorim, secretário executivo da SAA, destaca a posição estratégica paulista. “São Paulo ocupa apenas 3% da superfície brasileira, mas demonstra liderança em inovação e gestão energética.”
A empresa distribui o biometano através de GNC (gás comprimido em cilindros). Caminhões transportam o combustível para clientes industriais e comerciais em todo o país. O objetivo da Cocal inclui substituir diesel por biometano nos veículos de transporte. Esta estratégia criará um ciclo completo com zero emissões desde a produção até a entrega final.
“Pré-sal caipira” impulsiona economia verde
São Paulo cultiva aproximadamente 5,5 milhões de hectares de cana-de-açúcar. O estado lidera a produção nacional e aproveitará resíduos como bagaço, palha e vinhaça para gerar energia.
O setor ganhou relevância estratégica durante a Crise do Petróleo nos anos 1970. O etanol de cana reduziu a dependência brasileira do petróleo importado e consolidou alternativas energéticas.
Biometano pode gerar 20 mil empregos até 2030
O gás biometano resulta da purificação do biogás gerado pela decomposição orgânica. Após o tratamento, adquire propriedades similares ao gás natural convencional. Estudos da Fiesp e Governo de SP indicam potencial para criar 20 mil empregos diretos e indiretos. A produção pode aumentar de 0,4 milhão para 6,4 milhões de m³/dia.
A expansão do biometano contribuirá para reduzir 16% das emissões previstas nas metas climáticas estaduais. A projeção estima cobertura de 40% da demanda atual de gás natural.
Presidente Prudente receberá distribuição prioritária do biometano produzido. A estratégia fortalece a matriz energética regional e atrai investimentos sustentáveis.