Resumo da notícia
- O fenômeno La Niña tem 60% de chance de ocorrer entre outubro e dezembro de 2025, com impacto significativo na região Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, onde pode reduzir as chuvas em até 50%.
- Setembro e outubro devem ter chuvas dentro da normalidade, mas entre novembro e dezembro a precipitação pode cair drasticamente, afetando principalmente a agricultura, com risco elevado para a cultura da soja.
- La Niña provoca chuvas irregulares no Sul e precipitações acima da média no Norte, exigindo planejamento regional para mitigar impactos econômicos nas culturas de soja, milho, café e algodão.
- Especialistas recomendam o uso de cultivares com maturação mais longa e o escalonamento do plantio para aumentar a tolerância ao estresse hídrico e reduzir riscos durante períodos críticos da lavoura.
O fenômeno climático La Niña deve influenciar o regime de chuvas no Brasil nos próximos meses. Com impactos significativos especialmente na região Sul La Niña pode influenciar a primavera no Brasil, aponta NOAA. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), há 60% de probabilidade de formação do evento entre outubro e dezembro de 2025. Apesar da previsão de baixa intensidade e curta duração, o fenômeno preocupa produtores rurais, principalmente no Rio Grande do Sul.
As projeções meteorológicas apontam que setembro e outubro ainda devem registrar volumes de precipitação dentro da normalidade, com acumulados superiores a 200 mm em áreas do centro-norte gaúcho. Contudo, o cenário muda drasticamente entre novembro e início de dezembro, quando os índices pluviométricos podem cair até 50% abaixo da média em regiões da faixa centro-sul do estado.
Essa redução drástica nas chuvas representa um alerta vermelho para os sojicultores, já que a escassez hídrica durante períodos críticos do desenvolvimento da cultura aumenta consideravelmente a necessidade de replantios e pode resultar em perdas financeiras expressivas.
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Impactos do La Niña na agricultura brasileira
O fenômeno La Niña afeta diretamente culturas sensíveis à falta de água, incluindo soja, milho e café. O algodão também é uma cultura bastante sensível às chuvas, com impactos significativos nas lavouras brasileiras durante episódios de La Niña Revista CultivarNotícias Agrícolas.
Enquanto a região Sul enfrenta chuvas irregulares que prejudicam a agricultura, a região Norte pode experimentar precipitações acima da média, com risco de elevação do nível dos rios La Niña pode influenciar a primavera no Brasil, aponta NOAA. Esse padrão climático contrastante exige planejamento específico para cada região produtora do país.
Estratégias de manejo para reduzir riscos
Fernando Arnuti, consultor de Desenvolvimento de Produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira especializada em soluções para algodão, soja e milho, recomenda medidas preventivas para enfrentar o período de irregularidade hídrica.
“Em anos de previsão de irregularidade de chuvas, é fundamental que o agricultor utilize cultivares com grupos de maturação relativa mais longos. Pois isso amplia a fase vegetativa e proporciona maior capacidade de tolerar períodos curtos de estresse hídrico”, explica o especialista.
Escalonamento de plantio como ferramenta de gestão de risco
Outra estratégia eficaz destacada por Arnuti é o escalonamento da época de semeadura. “Ao distribuir as datas de plantio, o agricultor reduz o risco de que toda a lavoura enfrente as mesmas condições climáticas adversas em fases sensíveis como a floração e enchimento de grãos. Essa prática não aumenta os custos e traz mais segurança no planejamento da safra”, orienta.
O consultor reforça que a seleção de cultivares deve sempre considerar as particularidades de cada área produtiva. “A escolha precisa estar alinhada ao histórico da propriedade, levando em consideração a fertilidade do solo, incidência de pragas e doenças e a produtividade média. O acompanhamento do engenheiro agrônomo é indispensável para orientar esse processo e maximizar os resultados”, complementa Arnuti.
Preparação é a chave para minimizar impactos
Com a proximidade do período de maior risco climático, produtores rurais do Sul do Brasil devem intensificar o planejamento da safra 2025/2026. A combinação de escolha criteriosa de cultivares, escalonamento de plantio e monitoramento constante das condições meteorológicas representa o melhor caminho para enfrentar os desafios impostos pelo La Niña.
A adoção dessas práticas agronômicas pode fazer a diferença entre uma safra comprometida e resultados satisfatórios, mesmo diante de condições climáticas adversas.