Pesquisas UESPI em Picos fortalecem a produção de mel e a preservação ambiental

Conhecida como a “Capital do Mel”, a cidade de Picos tornou-se um polo de pesquisas acadêmicas que impulsionam a apicultura e a preservação de abelhas no estado. Estudos conduzidos no Campus Professor Barros Araújo, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), mapeiam espécies nativas e desenvolvem estratégias para fortalecer a produção e a biodiversidade no semiárido.

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Coleta de abelhas. Foto: Ascom Uespi

A polinização por abelhas é fundamental para a reprodução de grande parte das plantas e para a manutenção da biodiversidade. Esses insetos são responsáveis pela polinização de 73% das plantas cultivadas que compõem a alimentação humana em escala global.

Esse serviço ambiental tem reflexo direto na economia. Em 2024, o Piauí consolidou sua liderança regional no Nordeste, com uma produção de 8.614,2 toneladas de mel. Isso de acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pesquisas preenchem lacuna sobre abelhas no estado menos amostrado do país

A professora Dra. Milena Vaz, do curso de Agronomia da UESPI, explica que o estado é um dos menos estudados do Brasil em diversidade de abelhas. “Levantamentos da fauna local são fundamentais para subsidiar planos de manejo e estratégias de conservação”, destaca a pesquisadora, que estuda o tema desde sua graduação em Agronomia na universidade.

Triagem e identificação das abelhas no Laboratorio de Biologia da Uespi. Foto: Ascom Uespi

Sob sua orientação, cinco trabalhos investigaram a diversidade de abelhas nativas em áreas de cultivo de caju e em sistemas de agricultura familiar, além de ambientes urbanos. Uma dessas pesquisas em Picos registrou cinco gêneros de abelhas nativas, como Centris spp. e Xylocopa spp.. Esse trabalho expandiu-se em sua tese de doutorado, que catalogou 432 tipos diferentes de abelhas.

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“A partir das informações obtidas, podemos orientar políticas públicas de proteção e manejo adequadas aos ambientes agrícolas do semiárido”, afirmou a professora Milena Vaz. Mesmo sem uma disciplina específica sobre polinizadores na grade de Agronomia, docentes abordam o tema em aulas de Agroecologia e Animais Não Ruminantes, enriquecendo a formação acadêmica com um debate de relevância social e ambiental.