Resumo da notícia
- A graviola ganha destaque no Brasil pela expansão da produção e mercado, com propriedades medicinais como efeito antitumoral, anti-inflamatório e antioxidante reconhecidas pela ciência.
- A Bahia lidera a produção nacional, com mais de 1.500 hectares e 8 mil toneladas anuais, consolidando o Brasil como maior produtor mundial da fruta.
- O cultivo da graviola é adaptável a diversos solos e climas tropicais, com frutificação a partir do terceiro ano e colheitas concentradas entre maio e outubro nas principais regiões produtoras.
- O mercado da graviola cresce em grandes cidades brasileiras, impulsionado por iniciativas técnicas que aumentam produtividade, com oferta regular e preços atrativos para produtores e consumidores.
A graviola (Annona muricata) é uma fruta tropical cada vez mais valorizada no Brasil, não apenas por suas propriedades medicinais reconhecidas pela ciência, mas também pelo crescimento significativo da sua produção e mercado. Conhecida por seu efeito antitumoral, anti-inflamatório e antioxidante, a graviola se destaca no agronegócio enquanto ganha espaço nas prateleiras de frutas frescas e produtos industrializados.
A produção de graviola no Brasil concentra-se principalmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Com destaque para estados como Bahia, Ceará, Alagoas, Pará e Minas Gerais. Segundo dados recentes, a Bahia é o maior produtor nacional, com uma área plantada que pode ultrapassar 1.500 hectares e uma produção estimada superior a 8 mil toneladas por ano, consolidando-se como maior produtor mundial dessa fruta.
O cultivo da graviola exige cuidados específicos, porém a planta se adapta a diversos tipos de solo e climas tropicais e subtropicais. A frutificação pode ocorrer a partir do terceiro ano após o plantio, quando cultivada a partir de mudas enxertadas, podendo levar de 3 a 5 anos para árvores originadas de sementes.
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O período desde a abertura da flor até a colheita varia entre 13 a 31 semanas, dependente da variedade e das condições ambientais, com colheitas concentradas de maio a outubro nas regiões brasileiras de maior produção.
Mercado em crescimento
O mercado para a graviola tem se expandido consideravelmente. Tradicionalmente usada para produção de polpas, sucos e néctares, a fruta ganha destaque também como produto fresco nas principais cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Fortaleza e Brasília. A oferta regular, especialmente no Nordeste sob irrigação, mantém os preços competitivos, com o quilo da fruta podendo alcançar valores atrativos para produtores e comerciantes.

Iniciativas técnicas e gerenciais, como a assistência do Senar em Goiás, têm impulsionado a produção local. E ajudando pequenos produtores a aumentar a produtividade e qualidade, consolidando o espaço da graviola no mercado nacional.
Benefícios medicinais comprovados
A graviola é rica em compostos bioativos, como acetogeninas, alcaloides, flavonoides e compostos fenólicos. As acetogeninas, presentes especialmente nas folhas e sementes, vêm sendo estudadas por seu potente efeito citotóxico e antitumoral, comprovado em estudos laboratoriais, embora ainda em fase pré-clínica. O consenso científico ressalta que o consumo da fruta não substitui tratamentos convencionais contra o câncer.
Além disso, a graviola oferece benefícios anti-inflamatórios e analgésicos relacionados a alcaloides presentes na folha. Eles ajudam a aliviar dores e reduzir inflamações, validando seu uso terapêutico popular no tratamento de artrite e outras condições.
Os antioxidantes naturais, comuns na polpa, folhas e casca, combatem o estresse oxidativo, favorecendo a proteção celular e prevenindo doenças crônicas. O consumo da polpa in natura ou em sucos contribui para o fortalecimento do sistema imunológico e para a saúde geral.
Potencial medicinal da graviola atestado pela ciência
- Atividade antitumoral: Acetogeninas anonáceas agem seletivamente contra células tumorais, segundo a Embrapa.
- Ação anti-inflamatória e analgésica: Alcaloides presentes nas folhas auxiliam no alívio da dor, com respaldo da UFC.
- Propriedades antioxidantes: Compostos fenólicos e flavonoides protegem contra o estresse oxidativo, conforme pesquisas.
Apesar dos benefícios promissores, especialistas alertam que o uso da graviola não substitui tratamentos médicos convencionais para doenças graves, especialmente câncer. O consumo deve ser feito com orientação profissional.
Com a crescente demanda no mercado interno e o reconhecimento mundial das qualidades medicinais da graviola, a expectativa para os próximos anos é de aumento contínuo na produção brasileira e ampliação das pesquisas científicas sobre suas aplicações clínicas. O fortalecimento da agricultura familiar e o apoio técnico direcionado são fundamentais para a expansão sustentável dessa fruticultura no país.