A Embrapa registra crescimento expressivo no ranking internacional de pesquisadores mais influentes. O estudo da Universidade de Stanford, publicado pela editora Elsevier em 19 de setembro, identifica 25 cientistas brasileiros da instituição entre os 2% mais impactantes do mundo em suas respectivas áreas. Os pesquisadores representam 14 unidades da empresa e marcam um aumento de cinco nomes em relação ao levantamento anterior, divulgado em 2024 com dados de 2023.

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O ranking utiliza a base Scopus para mensurar o impacto dos pesquisadores em dois períodos distintos: ao longo da carreira (de 1996 até o fim de 2024) e em um único ano (2024). O banco de dados reúne informações padronizadas sobre citações, incluindo o índice h – que mede produtividade e impacto a partir dos artigos mais citados -, o índice h ajustado para coautoria, as citações recebidas em diferentes posições de autoria e um indicador composto.

Os cientistas aparecem classificados em 22 áreas científicas e 174 subáreas. A seleção inclui os 100 mil pesquisadores mais influentes ou aqueles situados entre os 2% mais bem colocados em suas subáreas, conforme o índice composto. A universidade realizou os cálculos a partir de todos os perfis de autores do Scopus em 1º de agosto de 2025.

A edição incorporou o c-score, indicador que privilegia o impacto (citações) em vez da produtividade (número de publicações). O índice também considera a coautoria e a posição do autor no artigo (único, primeiro ou último autor), oferecendo uma visão mais refinada do impacto real do pesquisador.

Ciência agropecuária brasileira ganha reconhecimento global

A presença crescente de pesquisadores da Embrapa nesse ranking internacional reforça a relevância da ciência agropecuária brasileira e o papel estratégico da empresa no desenvolvimento de soluções sustentáveis para a agricultura, a pecuária e a floresta. O reconhecimento global valoriza a produção científica nacional e demonstra como a pesquisa realizada pela Embrapa dialoga com os grandes desafios da ciência mundial, incluindo o combate às mudanças climáticas, inclusão socioprodutiva, segurança alimentar, transições energética e nutricional, entre outros temas estratégicos.

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Doze cientistas lideram em citações na carreira e em 2024

 

Henriette Azeredo – Embrapa Instrumentação

A pesquisadora atua em estudos focados em filmes e revestimentos produzidos a partir de compostos renováveis e biodegradáveis, preferencialmente oriundos de coprodutos de alimentos, dentro do conceito de biorrefinaria. Esses materiais podem ter diferentes aplicações, mas Azeredo concentra esforços naquelas relacionadas ao aumento da estabilidade de alimentos, como embalagens ativas, filmes e revestimentos comestíveis. Ela também trabalha com aplicações de celulose bacteriana em alimentos.

Segundo a pesquisadora, fazer ciência no Brasil representa uma corrida de obstáculos. “As dificuldades para obter recursos e a burocracia desviam tempo e foco dos objetivos principais para atender a demandas improdutivas”, afirma.

Jayme Barbedo – Embrapa Agricultura Digital

Barbedo dedica-se à aplicação de tecnologias de processamento de imagens e aprendizado de máquina (machine learning) no desenvolvimento de soluções para o setor agropecuário. Entre as linhas de pesquisa, destacam-se o reconhecimento automático de doenças em plantas usando imagens digitais, o desenvolvimento de um equipamento para identificar doenças em culturas agrícolas em estágio inicial a partir da leitura de sinais neurais e a detecção e contagem de bovinos em campo utilizando imagens capturadas por drones.

“É uma satisfação grande ver o resultado do nosso trabalho ganhando projeção e influenciando outros pesquisadores ao redor do mundo”, comemora.

George Brown – Embrapa Florestas

Brown trabalha com diversos aspectos da relação entre a fauna edáfica (especialmente as minhocas) e o solo. Além disso, estuda o efeito de contaminantes ambientais sobre estes animais e atua também na identificação de espécies. Suas publicações sobre minhocas alcançam reconhecimento internacional entre especialistas da área.

O pesquisador já publicou artigos na Science e na Scientific Reports (Nature), mostrando a importância das minhocas como bioindicadoras da qualidade ambiental e para a produtividade vegetal, devido aos efeitos benéficos sobre as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Dario Grattapaglia – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Grattapaglia liderou o sequenciamento do genoma do eucalipto, um dos resultados de grande impacto da sua produção científica para a sociedade, além de outros trabalhos com reconhecimento nacional e internacional. Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desde 1994, ele atua nos campos da genética, genômica e melhoramento de plantas, com particular ênfase em espécies perenes florestais e frutíferas. Além disso, trabalha no desenvolvimento e aplicações de tecnologias genômicas na solução de problemas no melhoramento e conservação de recursos genéticos de plantas e animais.

Cristiane Farinas – Embrapa Instrumentação

Trabalhando na Embrapa Instrumentação há 14 anos, a engenheira química estuda processos bioquímicos, com ênfase em bioprocessos, bioenergia, biorrefinarias, enzimas, nanocelulose e biofertilizantes. Recentemente, participa de projetos com a equipe da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano).

Farinas também integra o quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (PPG-EQ/UFSCar) e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da mesma universidade (PPG-Biotec/UFSCar), onde concluiu a graduação. Ela obteve mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas.

Mariangela Hungria – Embrapa Soja

Sua trajetória concentra pesquisas sobre biodiversidade microbiana, microbiologia do solo e fixação biológica do nitrogênio (FBN). Vale ressaltar sua contribuição para os avanços da cultura da soja, em especial, pelo desenvolvimento de tecnologias relacionadas à FBN.

Mariangela também coordenou pesquisas que culminaram com o lançamento de outras tecnologias: autorização/recomendação de bactérias (rizóbios) para a cultura do feijoeiro, Azospirillum para as culturas do milho e do trigo e de pastagens com braquiárias e coinoculação de rizóbios e Azospirillum para as culturas da soja e do feijoeiro e pastagens.

“Compor a lista representa certamente um grande esforço pessoal dos pesquisadores, considerando as dificuldades de financiamento para a pesquisa pública brasileira”, destaca.

Luiz Henrique Mattoso – Embrapa Instrumentação

Pioneiro em nanotecnologia na Embrapa, Mattoso atua nas áreas de polímeros condutores, biopolímeros, bionanocompósitos, sensores, biomateriais, nanofibras, nanocelulose, borracha natural até o desenvolvimento de materiais poliméricos de fonte renovável.

O legado de sua participação no Labex entre 2005 e 2007 reflete-se nos resultados da Rede de Nanotecnologia, com mais de 150 pesquisadores de 53 instituições parceiras (públicas e privadas), e no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) – multiusuários – localizado em São Carlos.

“O trabalho em equipe faz a diferença e pode gerar novos resultados e soluções tecnológicas de impacto. O compartilhamento do conhecimento científico é fundamental para formar novas gerações de profissionais dedicados à nanotecnologia e ao agronegócio”, comenta.

Antônio Panizzi – Embrapa Trigo

Panizzi desenvolve pesquisas em bioecologia, danos em diversas culturas e Manejo Integrado de Pragas há 49 anos na Embrapa. O pesquisador conta com 622 publicações, incluindo artigos, notas científicas, livros, capítulos de livros, artigos em anais de eventos e publicações técnicas.

Em um trabalho pioneiro, estudou o desempenho dos percevejos na sequência de plantas hospedeiras cultivadas e não-cultivadas, antecipando a questão de biodiversidade e conservação ainda nos anos 80, o que lhe rendeu convite para o seleto grupo de autores do Annual Review of Entomology em 1997, periódico com o maior fator de impacto em Entomologia.

Caue Ribeiro – Embrapa Instrumentação

O engenheiro de materiais e doutor em Química coordena a Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio (Rede AgroNano), o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) e o Portfolio de Projetos em Nanotecnologia da Embrapa.

Desde 2007 atua na Embrapa Instrumentação em pesquisas nas áreas de síntese de nanomateriais, estudos de crescimento de cristais em colóides de nanopartículas, atividade catalítica de nanopartículas e sistemas nanoestruturados de liberação lenta e controlada de insumos agrícolas.

“Fiquei impressionado com a notícia. Me sinto muito agradecido à Embrapa por saber que esse reconhecimento não é meu, mas da instituição na qual fiz praticamente toda a minha carreira científica após o doutorado. Os desafios e oportunidades proporcionados pela Embrapa embasam esse reconhecimento”, afirma.

Marcos Deon Vilela de Resende – Embrapa Café

Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e em Estatística pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Resende possui mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas (USP/ESALQ), doutorado em Genética (UFPR) e pós-doutorado em Matemática Biométrica no Rothamsted Research Institute – Londres (2002-2004). Ele atua como pesquisador da Embrapa Café desde 2020 e professor na Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Robert Boddey – Embrapa Agrobiologia (aposentado)

O inglês Robert Boddey está no Brasil desde o final da década de 1970, tendo vindo para a Embrapa a convite da pesquisadora Johanna Döbereiner. Graduado em Química Agrícola, com doutorado em Agricultura e larga experiência nas áreas de ciências do solo e microbiologia do solo, o pesquisador atuou na área de ciclagem de nutrientes em agroecossistemas, na análise do impacto da agricultura e da pecuária na produção de gases de efeito estufa, no consórcio de pastagens com leguminosas para aumentar o sequestro de Carbono no solo e nos estudos para quantificação da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) em gramíneas e leguminosas.

Nand Kumar Fageria – Embrapa Arroz e Feijão (in memoriam)

Graduado em Agronomia pela Universidade de Udaipur (1965), com mestrado em Agronomia pela Agriculture University of Udaipur, Rajasthan (1967), doutorado em Agronomia pela Universite Catholique de Louvain (1973) e pós-doutorado USDA-ARS, Beckley/Beltsville, Fageria atuou como pesquisador da Embrapa na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação.

Suas principais linhas de pesquisa abrangeram arroz de terras altas, solos do Cerrado, acidez do solo, arroz irrigado e feijão. Foi autor de mais de 320 publicações, incluindo 14 livros. Proferiu palestras nos Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Índia, Portugal, Austrália, Sri Lanka e Bélgica.

Nove cientistas se destacam em citações de 2024

Renata Tonon – Embrapa Agroindústria de Alimentos

Tonon trabalha na área de processamento de alimentos, com foco em processos voltados à extração e microencapsulação de compostos bioativos, visando agregar valor a matérias-primas vegetais e a resíduos agroindustriais. A pesquisadora atua nessa linha desde o doutorado, quando trabalhou na obtenção de uma polpa de açaí em pó rica em compostos antioxidantes.

Durante o pós-doutorado, desenvolveu projetos voltados para a microencapsulação de óleos vegetais como o de linhaça e de café torrado, visando protegê-los contra a oxidação. Desses trabalhos resultaram seus artigos com maior repercussão.

Morsyleide Rosa – Embrapa Agroindústria Tropical

Rosa atua no desenvolvimento de produtos e processos focados no uso sustentável e integral da biomassa brasileira, com ênfase em bionanocompósitos. Em relação ao destaque recebido, Morsyleide acredita que reflete o nível de interesse pelo trabalho conduzido pela Embrapa.

“Afinal, o número de citações é um dos indicadores da relevância de um trabalho científico. Para esse alcance, é fundamental construir parcerias, de forma a manter colaboração científica e tecnológica, tanto com a Academia quanto com o setor produtivo”, analisa. Ela ainda pondera que esse resultado reflete um novo mosaico de investimentos no país, onde o Nordeste, cada vez mais, passa a compor a cartografia científica nacional.

Rodrigo Mendes – Embrapa Meio Ambiente

Desde a iniciação científica, Rodrigo se propôs a entender a interação entre comunidades microbianas do solo e as plantas. Para ele, o desenvolvimento de técnicas de sequenciamento genômico em massa nos anos 2000 funcionou como uma reinvenção do microscópio, possibilitando a compreensão da interação entre plantas e microrganismos, de forma a abrir caminhos para formas mais sustentáveis de produção de alimentos.

“Isso possibilitou descrever mecanismos que mostram como microrganismos que compõem o sistema atuam na defesa da planta contra infecções de patógenos. Investigamos também como a domesticação das plantas pode impactar as interações com microrganismos, abrindo caminho para uma forma mais sustentável de produzir alimentos”, explica.

Daniel Corrêa – Embrapa Instrumentação

O engenheiro de materiais e pós-doutor atua na área de Ciência e Engenharia de Materiais e Nanotecnologia. Para ele, ter o nome incluído nesta prestigiosa lista publicada pela Elsevier representou uma surpresa e uma felicidade. O ranking evidencia que os resultados obtidos pelos cientistas da Embrapa Instrumentação e seus parceiros estão sendo utilizados e citados por pesquisadores de outras instituições de PD&I do Brasil e do mundo.

“A Embrapa possibilita um ambiente muito favorável ao trabalho em equipe e em áreas de atuação interdisciplinares, que favorecem entregas de resultados de impacto para o agronegócio com sustentabilidade, beneficiando toda a sociedade”, afirma.

Adeney de Freitas Bueno – Embrapa Soja

Graduado em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Agronomia Manoel Carlos Gonçalves – Unipinhal, Bueno possui mestrado em Entomologia Agrícola pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp/Jaboticabal, SP) e doutorado em Entomologia pela Universidade de São Paulo (USP/Ribeirão Preto, SP) e Universidade de Nebraska, EUA. Atua como pesquisador em entomologia na Embrapa Soja desde 2006 e como professor-orientador de mestrado e doutorado dos programas de pós-graduação em Entomologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Agronomia da Universidade Estadual de Londrina.

Sérgio Tonetto de Freitas – Embrapa Semiárido

Graduado e mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, com doutorado em Biologia de Plantas e pós-doutorado em Ciência de Plantas pela Universidade da Califórnia, EUA, Freitas possui especialização em Fisiologia Vegetal, Nutrição de Plantas, Biologia Molecular e Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita.

O pesquisador atua na Embrapa Semiárido e como professor no Programa de Pós-Graduação em Agronomia nas Universidades Federal do Vale do São Francisco e do Estado da Bahia, além do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Sergipe, e do Programa de Pós-graduação Lato Sensu em Pós-colheita de Produtos Hortifrutícolas do Instituto Federal – Sertão Pernambucano.

Daniel Ricardo Sosa Gomez – Embrapa Soja

Gomez possui graduação em Zoologia Agrícola pela Universidade Nacional de Tucuman (1979), mestrado em Ciências Biológicas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1983) e doutorado em Ciências Biológicas pela mesma instituição (1990). Realizou o primeiro pós-doutorado na University of Florida, Estados Unidos, de julho de 1994 a dezembro de 1995. O segundo pós-doutorado ocorreu na Plant Soil and Nutrition Research Unit, USDA, Ithaca, New York, de julho de 2000 a julho de 2001.

Atualmente é pesquisador “A” da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e professor participante da Universidade Federal do Paraná. Possui experiência na área de Agronomia, com ênfase em Entomologia Agrícola, atuando principalmente nos seguintes temas: controle microbiano, controle biológico, fungos entomopatogênicos, vírus entomopatogênicos e pragas da soja.

Marcos Rodrigues de Faria – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Faria possui graduação em Agronomia pela Universidade de Brasília, mestrado em Entomologia pela University of Florida (EUA), especialização em Proteção de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa e doutorado em Entomologia pela Cornell University (EUA).

O pesquisador atua na área de controle biológico, desenvolvendo pesquisas que apoiam o desenvolvimento de biopesticidas à base de fungos para o controle de insetos de importância agropecuária. Possui experiência em seleção de isolados virulentos, processos relacionados à produção em larga escala por fermentação bifásica/semissólida, formulação em veículos oleosos, vida de prateleira sob condições tropicais e metodologias para avaliação da qualidade de produtos comerciais.

Desde outubro de 2024, representa a Embrapa junto ao Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos. Atua também como representante da empresa no Grupo de Trabalho constituído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para subsidiar na elaboração do decreto regulamentador da Lei dos Bioinsumos (Lei 15.070/2024).

Gabriel Moura Mascarin – Embrapa Meio Ambiente

Engenheiro Agrônomo e mestre em Entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), Mascarin obteve o título de Doutor na área de Patologia de Insetos e Controle Microbiano também pela ESALQ/USP, com parte da formação realizada no Crop BioProtection Research Unit do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA-ARS, Peoria, IL).

Iniciou sua carreira na Embrapa em 2010 e, atualmente, conduz pesquisas na Embrapa Meio Ambiente (SP) voltadas ao desenvolvimento de bioinsumos para o controle biológico de artrópodes, plantas daninhas, nematoides fitoparasitas e patógenos de plantas. Sua atuação integra biotecnologia e ecologia microbiana aplicada, abrangendo temas como controle biológico de pragas, patologia e controle microbiano de invertebrados e estabilização de células microbianas visando à maior persistência e eficácia dos bioinsumos.

Atualmente lidera o desenvolvimento de uma plataforma biotecnológica inovadora para geração de novos bioinsumos microbianos, integrando bioprospecção em campo, melhoramento genético de precisão por CRISPR-Cas e otimização de processos fermentativos e de formulações avançadas. Seu trabalho busca acelerar a transição para uma agricultura mais sustentável, resiliente e alinhada aos desafios globais de segurança alimentar.

Quatro cientistas lideram em citações ao longo da carreira

Rosires Deliza – Embrapa Agroindústria de Alimentos

Deliza trabalha na área de análise sensorial e estudos do consumidor, buscando contribuir para a melhoria da saúde da população. Nesse sentido, investiga duas estratégias: a reformulação de alimentos por meio da redução de sódio e açúcar e a rotulagem nutricional.

“Fiquei muito feliz com a notícia. É sempre uma grande alegria ver nosso trabalho reconhecido pelos nossos pares. Minha contribuição para a ciência brasileira começou após meu retorno do doutorado, realizado na Inglaterra, onde investiguei tema bastante inovador: o efeito da expectativa na aceitação do consumidor e nas características sensoriais do produto, mais especificamente o papel da embalagem na percepção do produto. Já na Embrapa Agroindústria de Alimentos destaco a linha de pesquisa com foco na percepção do consumidor em relação às novas tecnologias, essencial para o sucesso da inovação tecnológica”, relata.

Johanna Döbereiner – Embrapa Agrobiologia (in memoriam)

Döbereiner foi pioneira no desenvolvimento da fixação biológica do nitrogênio (FBN) a partir de bactérias capazes de realizar esse processo. Seus estudos avançaram de tal modo que contribuíram definitivamente para possibilitar o avanço do programa Pró-Álcool e também para colocar o Brasil como segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos Estados Unidos.

A FBN possibilita a substituição de adubos químicos nitrogenados, oferecendo vantagens econômicas, sociais e ambientais. Estima-se que a FBN tenha uma contribuição global para os diferentes ecossistemas da ordem de 258 milhões de toneladas de nitrogênio (N) por ano, sendo que a contribuição na agricultura alcança 60 milhões de toneladas.

Jurandir Vieira de Magalhães – Embrapa Milho e Sorgo

Magalhães possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma universidade, doutorado em Field Crop Science (Concentração: Plant Genetics) pela Cornell University e atuação como Cientista Visitante no Cold Spring Harbor Laboratory no ano de 2015, onde trabalhou em epigenômica relacionada a tolerância a estresses abióticos.

Na Embrapa, atua na área de Genética Molecular de Plantas e Genômica, principalmente nos seguintes temas: tolerância à toxidez de alumínio, eficiência na utilização de fósforo e tolerância à seca. É também membro do Comitê Executivo Internacional de Genômica de Sorgo, do Corpo Editorial da revista BMC Plant Biology e presidente da Associação Global de Sorgo. Trabalha ainda como professor-adjunto no Department of Plant Sciences (College of Agriculture Bioresources), da Universidade de Saskatchewan – Canadá (2019 – 2024).

Flávio Moscardi – Embrapa Soja (in memoriam)

O pesquisador morreu no dia 15 de julho de 2012, aos 63 anos. Moscardi era engenheiro agrônomo, graduado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), onde estagiou sob a supervisão dos doutores Octávio Nakano, em controle de pragas agrícolas, e Roger Williams, professor visitante da Ohio State University. Estes professores exerceram grande influência na sua escolha profissional pela área de entomologia, na qual realizou mestrado e doutorado na Universidade da Florida, nos Estados Unidos.

Moscardi ingressou na Embrapa em 1974, atuando no antigo Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste, em Campo Grande, hoje Embrapa Gado de Corte, onde desenvolveu trabalhos com controle de formigas cortadeiras e criação de parasitoides entre outros. Após o doutorado em biologia e ecologia da lagarta da soja, Moscardi foi transferido para a Embrapa Soja, em 1979, onde se destacou no desenvolvimento de táticas de manejo integrado de pragas, principalmente por meio do uso de inseticidas biológicos.

No seu trabalho, destaca-se o desenvolvimento do baculovirus para o controle da lagarta-da-soja. Moscardi também foi chefe geral da Embrapa Soja durante o período de 1990 a 1995.