China é o principal destino comercial; tarifas dos EUA impactam embarques de carnes e café no terceiro trimestre
Foto: divulgação - Porto de Santos

O agronegócio de São Paulo registrou um superávit de US$ 16,81 bilhões no comércio exterior entre janeiro e setembro de 2025, de acordo com análise da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado. As exportações do setor somaram US$ 21,15 bilhões, representando expressivos 40,3% do total exportado por São Paulo no período. As importações ficaram em US$ 4,34 bilhões.

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O complexo sucroalcooleiro liderou as vendas externas, com US$ 6,32 bilhões, apesar de uma retração de 33,6% na comparação com igual período de 2024. Na sequência, aparecem os setores de carnes (US$ 3,15 bilhões) e produtos florestais (US$ 2,21 bilhões). Sucos (US$ 2,15 bilhões) e o complexo soja (US$ 2,10 bilhões) completam os cinco principais grupos, que, juntos, concentram 75,4% do total exportado pelo agro paulista.

Destaque para o desempenho do café, que registrou alta de 43,4% nas exportações, e das carnes, com crescimento de 26,3%.

China mantém liderança como principal destino

A China se consolidou como o principal parceiro comercial, respondendo por 24,2% do total exportado, com aquisições principalmente de soja, carnes, açúcar e produtos florestais. A União Europeia vem em seguida (14,4%), e os Estados Unidos (12,7%) aparecem na terceira posição.

As vendas para os EUA, no entanto, sofreram impacto de medidas tarifárias. Embora tenham crescido 13% no acumulado de janeiro a setembro, as exportações caíram 14,2% em agosto e 32,7% em setembro, após a imposição de tarifas de 50% pelo governo americano em agosto. Itens como carnes, café e produtos florestais sentiram o efeito imediato. O diretor da Apta, Dr. Carlos Nabil Ghobril, explicou que parte do volume afetado foi redirecionado para outros mercados, como China, México e Argentina.

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No cenário nacional, o agronegócio paulista manteve a segunda posição no ranking de exportações, com participação de 16,7% no total do Brasil, ficando atrás apenas de Mato Grosso (17,4%) e à frente de Minas Gerais (11,5%).