IMA implementa medidas estratégicas contra mosca-branca em seis municípios-chave; descumprimento pode resultar em multas e interdição de propriedades
Foto: divulgação - Embrapa / Sebastião Araújo

Minas Gerais, segundo maior produtor de feijão do Brasil, coloca em prática medidas sanitárias rigorosas para proteger sua produção recorde e manter a competitividade no mercado nacional. Com mais de 476 mil toneladas produzidas até setembro de 2025, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o estado reforça o cumprimento do vazio sanitário e a obrigatoriedade do cadastro de produtores rurais.

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O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) determina o período de vazio sanitário entre 20 de setembro e 20 de outubro, medida crucial para combater a mosca-branca, inseto transmissor do vírus do mosaico dourado. A doença representa uma das maiores ameaças à cultura do feijão, comprometendo o desenvolvimento das plantas e afetando diretamente a qualidade dos grãos.

“Esse intervalo sem o cultivo impede que a mosca-branca se alimente e se reproduza, quebrando seu ciclo e reduzindo a presença da praga nas lavouras. Cumprir o vazio sanitário no prazo é essencial para garantir a sustentabilidade e a competitividade da cultura nos mercados”, explica Leonardo do Carmo, gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA.

Municípios-chave sob fiscalização rigorosa

A portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estabelece seis municípios obrigados a cumprir o vazio sanitário. São eles: Buritis, Cabeceira Grande, Formoso, Guarda-Mor, Paracatu e Unaí. Entre eles estão os três maiores produtores do estado. Unaí lidera com 66 mil toneladas, seguido por Paracatu (61,8 mil toneladas) e Guarda-Mor (28,8 mil toneladas).

Durante o vazio sanitário, as propriedades não podem manter plantas vivas de feijão. E os restos culturais devem ser eliminados em até 15 dias após a colheita. O descumprimento pode resultar em multas e interdição da propriedade.

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Cadastro obrigatório fortalece rastreabilidade

Além do vazio sanitário, a Portaria nº 2.324/2024 torna obrigatório o cadastro de produtores e propriedades rurais junto ao IMA. A medida permite mapear áreas de produção e agilizar ações preventivas contra doenças.

“O cadastro nos permite agir de maneira rápida e precisa para prevenir a disseminação de doenças e minimizar impactos ao setor produtivo. Essa agilidade consolida a confiança dos mercados, valorizando o feijão mineiro e fortalecendo a cadeia”, destaca Leonardo.

O processo de cadastro é acessível: produtores devem preencher requerimento disponível no site do IMA, reunir a documentação exigida e enviar por e-mail ou entregar presencialmente no Escritório Seccional mais próximo.

Impacto econômico e sustentabilidade

Da lavoura ao prato, o feijão representa uma das principais riquezas agrícolas de Minas Gerais, sustentando milhares de famílias e movimentando a economia nacional. As medidas de defesa vegetal implementadas pelo IMA visam não apenas proteger a produção atual. Mas garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor a longo prazo.

Com a combinação de fiscalização rigorosa, cadastramento completo e cumprimento do vazio sanitário, Minas Gerais reafirma seu compromisso com a produção de alimentos de qualidade e a manutenção de sua posição estratégica no mercado brasileiro de feijão.