Resumo da notícia
- Minas Gerais, segundo maior produtor nacional, registrou produção recorde de 476 mil toneladas de feijão até setembro de 2025 e adotou medidas sanitárias rigorosas para proteger a safra e manter a competitividade no mercado.
- O vazio sanitário entre 20 de setembro e 20 de outubro é obrigatório para combater a mosca-branca, vetor do vírus do mosaico dourado, que prejudica a qualidade e o desenvolvimento das plantas de feijão.
- Seis municípios, incluindo os maiores produtores Unaí, Paracatu e Guarda-Mor, estão sob fiscalização rigorosa para garantir o cumprimento do vazio sanitário, com penalidades para quem descumprir as regras.
- O cadastro obrigatório de produtores junto ao IMA facilita o monitoramento e ações rápidas contra doenças, fortalecendo a rastreabilidade, a confiança dos mercados e a sustentabilidade da cadeia produtiva do feijão em Minas Gerais.
Minas Gerais, segundo maior produtor de feijão do Brasil, coloca em prática medidas sanitárias rigorosas para proteger sua produção recorde e manter a competitividade no mercado nacional. Com mais de 476 mil toneladas produzidas até setembro de 2025, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o estado reforça o cumprimento do vazio sanitário e a obrigatoriedade do cadastro de produtores rurais.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) determina o período de vazio sanitário entre 20 de setembro e 20 de outubro, medida crucial para combater a mosca-branca, inseto transmissor do vírus do mosaico dourado. A doença representa uma das maiores ameaças à cultura do feijão, comprometendo o desenvolvimento das plantas e afetando diretamente a qualidade dos grãos.
“Esse intervalo sem o cultivo impede que a mosca-branca se alimente e se reproduza, quebrando seu ciclo e reduzindo a presença da praga nas lavouras. Cumprir o vazio sanitário no prazo é essencial para garantir a sustentabilidade e a competitividade da cultura nos mercados”, explica Leonardo do Carmo, gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA.
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Municípios-chave sob fiscalização rigorosa
A portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estabelece seis municípios obrigados a cumprir o vazio sanitário. São eles: Buritis, Cabeceira Grande, Formoso, Guarda-Mor, Paracatu e Unaí. Entre eles estão os três maiores produtores do estado. Unaí lidera com 66 mil toneladas, seguido por Paracatu (61,8 mil toneladas) e Guarda-Mor (28,8 mil toneladas).
Durante o vazio sanitário, as propriedades não podem manter plantas vivas de feijão. E os restos culturais devem ser eliminados em até 15 dias após a colheita. O descumprimento pode resultar em multas e interdição da propriedade.
Cadastro obrigatório fortalece rastreabilidade
Além do vazio sanitário, a Portaria nº 2.324/2024 torna obrigatório o cadastro de produtores e propriedades rurais junto ao IMA. A medida permite mapear áreas de produção e agilizar ações preventivas contra doenças.
“O cadastro nos permite agir de maneira rápida e precisa para prevenir a disseminação de doenças e minimizar impactos ao setor produtivo. Essa agilidade consolida a confiança dos mercados, valorizando o feijão mineiro e fortalecendo a cadeia”, destaca Leonardo.
O processo de cadastro é acessível: produtores devem preencher requerimento disponível no site do IMA, reunir a documentação exigida e enviar por e-mail ou entregar presencialmente no Escritório Seccional mais próximo.
Impacto econômico e sustentabilidade
Da lavoura ao prato, o feijão representa uma das principais riquezas agrícolas de Minas Gerais, sustentando milhares de famílias e movimentando a economia nacional. As medidas de defesa vegetal implementadas pelo IMA visam não apenas proteger a produção atual. Mas garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor a longo prazo.
Com a combinação de fiscalização rigorosa, cadastramento completo e cumprimento do vazio sanitário, Minas Gerais reafirma seu compromisso com a produção de alimentos de qualidade e a manutenção de sua posição estratégica no mercado brasileiro de feijão.