Resumo da notícia
- O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) lançou campanha para eliminar a espatódea, árvore exótica cujas flores tóxicas ameaçam a vida das abelhas nativas e da espécie Apis mellifera, fundamental para a polinização.
- A Lei Estadual nº 17694/2019 proíbe o plantio, produção e manutenção da espatódea, exigindo o corte e substituição por árvores nativas, com manejo coordenado por prefeituras e autorização municipal para propriedades privadas.
- A morte das abelhas intoxicas afeta a polinização de frutas, legumes e grãos, prejudicando a agricultura e a regeneração das florestas, evidenciando a importância de preservar esses polinizadores para o equilíbrio ambiental e a produção de alimentos.
- O IMA incentiva a sociedade, viveiristas e paisagistas a substituir a espatódea por espécies nativas adaptadas às regiões de Santa Catarina, promovendo a recuperação ambiental e a proteção da fauna local.
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) iniciou uma campanha para eliminar uma velha conhecida das ruas e praças do estado: a espatódea (Spathodea campanulata). Embora suas flores alaranjadas chamem atenção, a espécie esconde um perigo real para as abelhas. Por isso, o governo decidiu proibir o plantio, a produção e a manutenção dessa árvore em todo o território catarinense.
A espatódea veio da África Ocidental e se espalhou pelo Brasil porque cresce rápido e tem aspecto ornamental. No entanto, pesquisadores descobriram que o néctar, o pólen e até a mucilagem das flores contêm substâncias tóxicas capazes de matar abelhas nativas. Além disso, o veneno também afeta a Apis mellifera, espécie exótica utilizada na produção de mel.
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Abelhas em risco e ameaça à agricultura
As abelhas polinizam a maior parte das frutas, legumes e grãos produzidos no país. Por isso, quando morrem intoxicadas, toda a cadeia natural e agrícola sofre as consequências. Sem elas, muitas lavouras não produzem e as florestas têm dificuldade em se regenerar.
“A publicação dessa lei é um passo importante para que cada vez mais a sociedade aprenda e se envolva no manejo consciente e responsável das espécies da flora e da fauna que lidam no dia a dia, buscando promover mais equilíbrio ambiental do que impactos”, afirma Elaine Zuchiwschi, coordenadora do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras do IMA.

O que determina a lei catarinense
A Lei Estadual nº 17694 de 2019 proíbe o plantio, a produção e a manutenção da espatódea em Santa Catarina. Dessa forma, os exemplares existentes devem ser cortados e substituídos por árvores nativas. O descumprimento da norma pode gerar multa.
Nos espaços públicos, as prefeituras devem coordenar o manejo. Já nas propriedades privadas, o corte precisa de autorização municipal. Nas Áreas de Preservação Permanente, o morador pode fazer a remoção sem autorização, desde que realize o reflorestamento com acompanhamento técnico.
Árvores nativas indicadas para substituição
O IMA sugere que cada região priorize espécies nativas adaptadas ao clima e ao solo local. Essa substituição contribui para restaurar o equilíbrio ambiental e proteger a fauna.
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Região litorânea: mangue formiga, aroeira e ingá cipó.
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Mata Atlântica: ipê amarelo, pau angelim e corticeira.
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Planalto e serra: canafístula, camboatá e caroba.
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Região oeste: ipê roxo, timbaúva e canjerana.
Sociedade é chamada a participar
O IMA reforça que a colaboração da sociedade é essencial. Por isso, convida viveiristas, paisagistas e cidadãos a substituírem a espatódea por espécies nativas. A ação contribui diretamente para a proteção das abelhas e para a manutenção da polinização, processo vital para o equilíbrio ecológico e a produção de alimentos.
Além disso, o órgão destaca que preservar as abelhas significa proteger a base da vida no campo e nas cidades. Elas garantem que as plantas se reproduzam, sustentam o alimento dos animais e mantêm o ciclo natural funcionando.