Mercado registra alta do milho com vendedor retraído, mandioca sobe 12% em outubro, soja sente prêmio menor e feijão mantém liquidez baixa
Foto: Agência Agro em Campo

Milho

Os levantamentos do Cepea mostram que os preços internos do milho voltaram a subir porque os vendedores reduziram as ofertas e priorizaram as atividades de campo. A paridade de exportação continua elevada e dá sustentação às cotações.

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Produtores viram maior presença de compradores na semana anterior e, por isso, recuaram das negociações, esperando novos ajustes positivos. Assim, só liberam lotes quando precisam fazer caixa ou liberar armazém.

Segundo o Cepea, as altas não foram ainda maiores porque parte das indústrias e granjas está usando estoques próprios em vez de comprar no spot, o que limita o ímpeto de valorização.

Feijão

O mercado de feijão passou outubro com pouca liquidez e, como efeito direto, os preços ficaram enfraquecidos ao longo do mês. Compradores fizeram apenas aquisições pontuais e trabalharam principalmente com repasse de estoque.

Vendedores que tinham produto de melhor qualidade seguraram valores e não aceitaram reduções, mas o movimento não foi suficiente para reverter o quadro de mercado lento.

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No campo, o plantio da primeira safra atingiu 23,9% da área estimada em 25 de outubro, abaixo dos 30,6% registrados um ano antes, o que indica ritmo mais devagar nesta temporada.

Mandioca

A mandioca segue em alta porque a oferta está baixa em praticamente todas as regiões acompanhadas. As chuvas reduziram a colheita e muitos produtores não se animaram a vender, já que a rentabilidade ficou pressionada pela queda recente do teor de amido. Cepea

O preço médio nominal a prazo da tonelada posta fecularia ficou em R$ 572,96, o que representa alta de 0,5% na comparação semanal. Entre setembro e outubro, a valorização acumulada chegou a 12%, segundo o Cepea.

No mercado de derivados, o ritmo de compra está lento porque parte das indústrias já se abasteceu no fim de setembro e na primeira metade de outubro, enquanto outro grupo adia negócios esperando preços menores no começo de 2026.

Soja

A sinalização de que a China vai retomar parte das compras de soja nos Estados Unidos pressionou os prêmios de exportação no Brasil. Os contratos para embarque em 2026 voltaram para patamares negativos, movimento que não aparecia desde julho.

Mesmo com o prêmio mais baixo, as cotações no físico brasileiro ficaram firmes porque vendedores preferiram negociar no spot com pagamento mais longo para travar os preços atuais.

A Conab projeta safra recorde de 177,6 milhões de toneladas para 2025/26, mas já considera menor produtividade no Centro Oeste por causa dos possíveis efeitos do La Niña. As chuvas recentes, porém, trouxeram alívio às lavouras e melhoraram o humor do mercado.

Resumo do dia

  • Milho volta a subir com vendedor retraído e apoio da paridade de exportação.

  • Mandioca fecha outubro com alta acumulada de 12% por causa da baixa oferta.

  • Soja sente prêmio menor após movimento da China, mas preços internos seguem firmes.

Fonte: CEPEA/USP – 03/11/2025