Resumo da notícia
- O Brasil lançou o conceito ESG+T para os "Cafés do Brasil", incluindo tecnologia à sigla tradicional, destacando inovação e sustentabilidade na cafeicultura durante a Semana Internacional do Café em Belo Horizonte.
- A iniciativa, desenvolvida pela Design Bridge and Partners com entidades do setor e o governo, une tradição e tecnologia para comunicar responsabilidade ambiental, social, governança e progresso tecnológico.
- O reposicionamento moderniza a marca com nova identidade visual e verbal, reforçando confiança, ética e inovação, além de aproximar o produto das demandas atuais de consumidores e empresas compradoras.
- O conceito ESG+T posiciona o Brasil não só como maior produtor, mas como líder global que integra tecnologia e sustentabilidade, abrindo novos ciclos de desenvolvimento para o setor cafeeiro.
O Brasil apresentou um novo posicionamento para os “Cafés do Brasil”, destacando a tecnologia como força motriz da inovação e do desenvolvimento sustentável. O conceito ESG+T, que adiciona “tecnologia” à tradicional sigla ambiental, social e de governança, foi lançado durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG).
O projeto, desenvolvido pela agência Design Bridge and Partners em parceria com a cadeia produtiva e o governo federal, reforça que tradição e tecnologia caminham juntas. A iniciativa busca mostrar que a cafeicultura brasileira alia inovação e responsabilidade ambiental, social e de governança, renovando diariamente suas práticas em todas as regiões produtoras.
- Café robusta amazônico ganha força em agenda internacional
- Conheça os melhores cafés especiais do Brasil da safra 2025
Modernização
Segundo Fabrício Andrade, presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, o novo posicionamento moderniza a comunicação do setor. “Atualizamos o que queremos transmitir sobre os ‘Cafés do Brasil’ diante das novas demandas do mercado. Também renovamos a identidade visual e verbal para comunicar desenvolvimento com responsabilidade ambiental e social, boa governança e soluções tecnológicas que geram progresso para todo o país”, afirmou.
Além da CNA, o trabalho envolveu a ABIC, ABICS, Cecafé, CNC, BSCA e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Andrade explica que o estudo identificou a necessidade de fortalecer a narrativa sobre os impactos positivos da cafeicultura brasileira. “Decidimos incluir o ‘T’, de tecnologia, no ESG, mostrando que o Brasil produz café com inovação, sustentabilidade e compromisso social”, acrescentou.
Conceito ESG+T
O conceito ESG+T reforça que o país é referência mundial em qualidade e sustentabilidade. A atualização aproxima a marca das necessidades dos consumidores e das empresas compradoras, valorizando o produto nacional e sua imagem de consistência, segurança alimentar e inovação.
A modernização também inclui uma nova logomarca, adaptada para mídias digitais. O símbolo mantém o reconhecimento da marca, mas adota linhas mais simples e contemporâneas, refletindo um café moderno e conectado ao futuro. “A marca passa a expressar confiança, ética, autenticidade e diversidade, celebrando as pessoas e culturas que compõem nossa cafeicultura”, explicou Andrade.
Reposicionamento
Para o diretor de Estratégia da Design Bridge and Partners, Renor Sell Junior, o reposicionamento marca uma virada na história dos Cafés do Brasil. “O país mostra que não é apenas o maior produtor, mas um líder que une tradição e futuro. Ao integrar tecnologia e sustentabilidade, criamos um modelo que preserva raízes e abre novos ciclos de desenvolvimento”, disse.
O diretor de design da agência, Shingo Sato, destacou que a nova identidade visual traduz inovação em arte. “Ressignificamos a marca pela lente do ESG+T, respeitando o legado e projetando-a para o futuro. O sistema gráfico ESGT Fields transforma a paisagem dos cafezais em expressões digitais vivas e diversas”, completou.
A fotografia institucional também foi renovada. As imagens abandonam o clichê rústico e artesanal e passam a retratar uma produção tecnológica, diversa e humana. O objetivo é revelar a modernidade da cafeicultura brasileira e o papel da inovação no campo.
Liderança brasileira
A força do novo posicionamento se apoia em números que comprovam a liderança brasileira. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, responsável por 31% da produção global, com 54,2 milhões de sacas colhidas na safra 2024/25. Em 2024, o país exportou 50,4 milhões de sacas para cerca de 120 países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Itália e Japão.
O país também é o segundo maior consumidor mundial de café, com 21,9 milhões de sacas por ano, e possui o maior parque industrial de café solúvel, com capacidade de 132 mil toneladas anuais. O setor conta ainda com um dos maiores bancos de germoplasma do mundo, com cinco mil acessos genéticos e 174 variedades registradas.
Desde os anos 1980, o Brasil reduziu em 40% a área plantada e aumentou a produção em 87%, impulsionado por tecnologia, melhoramento genético e boas práticas agrícolas. Essa combinação elevou a produtividade em 130%, preservando 43,9 milhões de hectares de vegetação nativa nas regiões produtoras.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é outro diferencial. Em Minas Gerais, 99% das 115 mil propriedades de café registradas no CAR não apresentam desmatamento após 2008. Cerca de um terço dessas fazendas mantém mais vegetação nativa do que o exigido por lei, somando 302 mil hectares de áreas excedentes.
Pesquisas da USP e da Imaflora mostram que a cafeicultura brasileira armazena grandes volumes de carbono em áreas de preservação e reservas legais. As práticas sustentáveis, como uso de fertilizantes organominerais e cobertura vegetal, permitem capturar mais CO₂ do que emitir, reforçando o papel do setor na mitigação climática.
A Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil garante rastreabilidade e transparência, permitindo comprovar que o café nacional é livre de desmatamento desde 2020. O sistema cruza dados do governo com bases como Prodes e MapBiomas Alerta, atendendo aos requisitos do regulamento europeu EUDR.
Em Rondônia, o uso de geotecnologia mostrou desmatamento zero em sete dos 15 municípios produtores entre 2020 e 2023. Menos de 1% da área cafeeira na região apresentou vestígios de remoção florestal.
Com o conceito ESG+T, os Cafés do Brasil reafirmam sua posição de liderança global. O reposicionamento une tradição, sustentabilidade e tecnologia, projetando o café brasileiro como símbolo de inovação e desenvolvimento para o futuro.