Resumo da notícia
- A produção brasileira de café para a safra 2026/27 deve chegar a 70,7 milhões de sacas, com alta de 13,5%, liderada pelo arábica, que cresce 29,3%, enquanto o conilon recua 8,9%.
- A safra será crucial para recompor os estoques globais, reduzidos em mais de 22 milhões de sacas devido a déficits entre 2021 e 2024, dependendo de condições climáticas favoráveis.
- O desempenho regional destaca crescimento no arábica em São Paulo (75,6%) e Matas de Minas (36,9%), e recuperação do conilon em Rondônia (32%), enquanto outras regiões enfrentam queda por desgaste e clima.
- A safra 2025/26 teve produção recorde de conilon, mas o arábica sofreu queda de 18,4% devido a seca e calor intenso, resultando em queda total de 5,4% na produção nacional.
A produção brasileira de café deve alcançar 70,7 milhões de sacas na safra 2026/27, segundo a primeira estimativa da StoneX. O volume representa alta de 13,5% em relação ao ciclo anterior. O arábica lidera o crescimento, com previsão de 47,2 milhões de sacas e aumento de 29,3%. Já o robusta (conilon) deve recuar 8,9%, totalizando 23,5 milhões de sacas.
Mesmo com a recuperação, o potencial total ainda dependerá de condições climáticas favoráveis. A StoneX lembra que, entre 2021 e 2024, o mercado global registrou déficits consecutivos que reduziram os estoques mundiais em mais de 22 milhões de sacas. Assim, a safra 2026/27 será determinante para recompor parte desse déficit e equilibrar a oferta mundial.
O desempenho da nova safra refletirá o equilíbrio entre perdas regionais e ganhos em áreas recém-plantadas, além da recuperação observada em Rondônia. Apesar das limitações climáticas e do envelhecimento dos cafezais, o país deve manter crescimento significativo, reforçando sua posição como principal fornecedor global.
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Safra 2025/26 teve recorde no conilon, mas clima limitou o arábica
O ciclo 2025/26 enfrentou seca e calor intenso, o que afetou principalmente o florescimento do arábica. A produção dessa variedade caiu 18,4%, somando 36,5 milhões de sacas. Em contrapartida, o conilon registrou recorde histórico de 25,8 milhões de sacas, alta de quase 22%. O volume total do ciclo foi de 62,3 milhões de sacas, queda de 5,4% em relação à temporada anterior.
O início de 2025 trouxe melhores condições de crescimento vegetativo, mas a irregularidade das chuvas no segundo semestre limitou o avanço em várias regiões. Áreas do Cerrado Mineiro enfrentaram maior deficiência hídrica, enquanto a Zona da Mata e o Sul do Espírito Santo sofreram impactos que reduziram a resposta produtiva.
Desempenho regional do conilon
- Norte do Espírito Santo: queda estimada de 15,1%, com 16,3 milhões de sacas, devido ao desgaste das lavouras e condições climáticas desfavoráveis.
- Sul da Bahia: recuo de 18,8%, somando 2,6 milhões de sacas, após safra recorde e desgaste de lavouras antigas.
- Rondônia: destaque positivo com alta de 32%, alcançando 3,3 milhões de sacas, impulsionada por lavouras renovadas e bom clima.
Desempenho regional do arábica
- Matas de Minas: crescimento de 36,9%, chegando a 8,9 milhões de sacas; renovação de lavouras e melhoria parcial no clima sustentam o avanço.
- Sul do Espírito Santo: recuperação de 16,7%, totalizando 3,5 milhões de sacas, apesar do vigor limitado e altos índices de poda.
- São Paulo: aumento expressivo de 75,6%, com 7,2 milhões de sacas, impulsionado por áreas renovadas e retorno após safra zero.
- Sul de Minas Gerais: elevação de 21,1%, com 17,2 milhões de sacas, embora a irregularidade das chuvas tenha reduzido o pegamento das floradas.
- Cerrado Mineiro: produção prevista em 7,4 milhões de sacas, alta de 32,1%, mas abaixo do potencial devido à seca e ao calor intenso.
A combinação de lavouras renovadas, bem distribuídas regionalmente, e expectativa de melhora climática mantém o Brasil como referência mundial na produção de café, sinalizando um novo ciclo de recuperação para o setor.