Lideranças e produtores discutem o papel do café na transição sustentável e nas novas exigências de mercado
Foto: Sistema CNA/Senar

O aroma de café tomou conta da COP 30. Na sexta-feira (14), o Pavilhão AgroBrasil, do Sistema CNA/Senar, abriu espaço para o café nacional brilhar. A Solenidade da Cultura Cafeeira reuniu quem faz o setor pulsar, de produtores a líderes de grandes instituições.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Ademar Pereira, vice-presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, puxou o tom do encontro. Contou a história da cafeicultura brasileira, que virou referência mundial. “Ter esse espaço de debate mostra o valor de um setor que evoluiu, se profissionalizou e hoje une sustentabilidade e produtividade”, afirmou.

A conversa seguiu quente. Vinicius Estrela, diretor da BSCA, lembrou que o sucesso dos cafés especiais veio da união. Silas Brasileiro, do CNC, alertou: o mundo muda com o clima e o café precisa se adaptar. Já Marcos Matos, da Cecafé, foi direto; sustentabilidade exige ação coletiva, crédito e apoio político.

A indústria também falou. Celírio Inácio (Abic) defendeu o compromisso com tecnologias limpas e qualidade total. Aguinaldo Lima (Abics) ressaltou a força da cadeia e o potencial da agricultura regenerativa. Vanúsia Nogueira, diretora da OIC, levou o discurso além: “O café brasileiro precisa se afirmar no cenário global”. Andrea Illy, da Illycaffè, completou: regenerar o solo é regenerar o futuro do café.

Painel 1 — Tradição e inovação lado a lado

No painel “Tecnologia que transforma – Raízes que preservam”, histórias de vida se misturaram a ciência e modernidade.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Carmen Lúcia Chaves Brito, da BSCA, falou de suas raízes em Minas: 17 anos à frente da gestão familiar. Isabela Pessoa, da Coopric (BA), defendeu capacitação e sucessão rural como pilares do futuro.

Do Norte, Deigson Bento contou a própria jornada; largou a cidade para continuar o legado dos avós no cultivo de robustas amazônicos. Cada fala reforçava a mesma ideia: o café é mais que negócio, é herança viva.

Ademar Pereira voltou ao palco com uma certeza: o setor virou a chave. Sustentabilidade econômica, gente no campo e aprendizado com o Senar sustentam o novo momento da cafeicultura.

Painel 2 — Confiança do campo à xícara

À tarde, o painel “Confiança do campo à xícara” mostrou que sustentabilidade tem provas, não promessas. Marcos Matos (Cecafé) detalhou programas de clima, carbono e boas práticas, lembrando a necessidade de comunicar o que o Brasil preserva.

Vinícius Estrela reforçou o papel dos cafés especiais em certificação e ESG. “A rastreabilidade virou marca registrada do nosso café”, disse. Silas Brasileiro apresentou o programa “Produtores de Água”, que recupera nascentes e valoriza o manejo hídrico.

Fechando, Celírio Inácio falou de certificação e pureza no café torrado. E Aguinaldo Lima completou sobre a agenda sustentável no café solúvel. Tudo conectado. Do produtor ao consumidor. Da roça à xícara.